É carnaval, mas não vai ter carnaval. A exemplo de tantas cidades do Brasil, Juiz de Fora cancelou a programação da Folia de Momo deste ano por conta da Covid-19. A pandemia botou o bloco na rua e, ainda sem controle por inúmeros motivos, chegou na Apoteose da tragédia e resolveu subir de novo a avenida, promovendo o repeteco de um enredo sombrio. Porém, é possível não deixar o samba atravessar, mesmo que não possamos curtir os blocos, assistir aos desfiles de escolas de samba, o churrasco com os amigos ou aquela fuga para as montanhas. Dá para ter carnaval com alegria em casa, sim senhor, e a Tribuna oferece seis sugestões para leitores e leitoras terem, pelo menos, uma trilha sonora com o melhor do samba de Juiz de Fora para curtir os próximos dias – e que seja em casa, claro, que se a tristeza não tem fim, a felicidade pode ir pelo mesmo caminho.
Sandra Portella
Um dos nomes de maior destaque surgidos no samba juiz-forano nos últimos anos, a cantora está nas plataformas de streaming (Amazon Music, YouTube Music, Deezer e Spotify) com o álbum “Banho de fé”, de 2017, com releituras de sambas de nomes consagrados como Geraldo Pereira, Cartola, Martinho da Vila e Candeia, entre outros. A artista também marca presença com um canal no YouTube, com videoclipes e interpretações ao vivo.
Armando Aguiar
Firme na ativa, Armando Aguiar é dos maiores nomes do samba em Juiz de Fora, com uma carreira que jamais se resumiria ao sucesso de “Tristeza pé no chão”. Para quem quiser passar o carnaval em companhia do mestre, seu canal no YouTube tem o cantor e compositor interpretando diversos clássicos, sempre com elegância.
Roger Resende
Um dos nomes mais prolíficos do cenário atual, Roger Resende tem vários trabalhos nas plataformas de streaming, incluindo seu mais recente trabalho, “Nossa Toada” (2020), parceria com Juliana Stanzani. O cantor e compositor também marca presença no YouTube, com vídeos de apresentações ao vivo e a web série “Samba na intimidade”.
Flavinho da Juventude
O ubaense Flávio Aloísio Carneiro tornou-se referência do carnaval de Juiz de Fora e sua morte, em setembro de 2020, aos 70 anos, foi muito lamentada. Mais conhecido como Flavinho da Juventude, o cantor e compositor compôs alguns dos maiores clássicos de sua escola de samba de coração, a Juventude Imperial, como “Carnaval do povo no mundo dos astros” e “Zumbi, Rei Negro dos Palmares”. A carreira de Flavinho, infelizmente, não está nas plataformas de streaming, mas quem pesquisar no YouTube encontrará o artista interpretando músicas como “Eu sou do morro”, “Bem-te-vi”, “Flavinho de todas as Vilas” e, claro, “Zumbi, Rei Negro dos Palmares”.
Geraldo Pereira
Nascido em 1918 no atual distrito de Torreões, Geraldo Pereira morreu jovem, aos 37 anos, quando era um dos principais compositores da Mangueira, mas seu legado musical permanece até hoje. Algumas das músicas do cantor e compositor foram reunidas na coletânea “A dama ideal” (Spotify, Deezer e YouTube Music), e no YouTube é possível encontrar o show de lançamento do CD da Velha Guarda Musical da Mangueira apenas com músicas do artista. Também está disponível na plataforma de vídeo o filme “Geraldo Pereira, o rei do samba”, de José Sette Barros.
Ponto do Samba
Apesar de sua tradição, o samba juiz-forano tem grande parte de sua história sem registros sonoros e audiovisuais, principalmente na internet. O projeto Ponto do Samba surgiu na década passada justamente com o propósito de resgatar parte dessa história, que já ganhou dois álbuns com gravações atuais de clássicos nunca antes registrados, mas conhecidos das rodas de samba, além de regravações e composições das novas gerações. Participam bambas como Carlos Fernando Cunha, Sandra Portella, Roger Resende, Mestre Jansen, Caetano Brasil, Juliana Stanzani e outras feras locais. É possível conferir nas plataformas de streaming (Deezer, Spotify, YouTube Music) músicas como a dobradinha “Pagode da laje/Samba do aniversário”, “Cria, criatura e criador”, “Samba em flor”, “Princesinha de Minas” e a sequência “Amar foi minha ruína/Última chance/Desperta coração”.
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