Cringe? O termo confundiu muita gente na última semana, e a discussão dominou as redes sociais. O novo conceito entrou como um trem desgovernado no nosso vocabulário. Mas afinal o que significa? Antes, a palavra traduzida do inglês correspondia a constrangedor, mas a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) atribuiu um novo significado: vergonha alheia, fora de moda, ultrapassado.
Isso mesmo, os millenials (1980-1995), que antes julgavam a geração X (1960-1980) como “brega”, agora são chamados de cringes. Se você já está se perguntando “os jovens me consideram cringe?”, vamos te guiar por uma lista de cinco passos para definir as manias milenais de uma pessoa cringe (e a lista não perdoa ninguém).
Atitudes cringes
Se você já acorda e prepara a primeira refeição do dia, principalmente com um cafézinho, senta e começa a se preocupar com os boletos que estão vencendo; e em seguida, no trabalho, já começa a pensar no happy hour, com os ‘migos’ e bebendo um litro…Bem, todos os elementos citados são considerados cringe. A gen Z, por alguma razão, considera o café da manhã uma refeição obsoleta, e o café, combustível favorito dos trabalhadores cansados, “overrated”, isto é, superestimado. Além disso, o termo “litrão”, que denomina as cervejas de baixo custo, vendidas em garrafas de 1 litro, também despertam vergonha alheia. Talvez não seja tão difícil entender porque boletos são cringe, uma vez que pagar as próprias contas ainda não faz parte da realidade de boa parte da gen Z, que tem entre 11 e 26 anos.
Redes sociais
Se você quiser passar uma imagem jovem nas redes sociais, é melhor evitar usar várias hashtags nas legendas de suas publicações. Além disso, banir a risada “rs”, considerada como o riso primitivo da internet pelos gen Z é indispensável. Usar muitos emojis? Nem pensar! Isso é tão brega quanto as hashtags, o indicado é optar pelos emojis que não fazem sentido, como o de caubói. E se você quiser mesmo fazer sucesso entre os jovens, o negócio é usar as carinhas apenas se quiser expressar ironia.
Vocabulário de tio
Outra categoria importante é o vocabulário. Se você é um millenial, pode ter certeza que, das expressões utilizadas no seu dia a dia, pelo menos metade é cringe. O termo pode chegar até a gritar se você fala: show, maneiro, dez de dez, arrasou, sucesso e outras desse naipe (que é outra palavra cringe). O negócio agora é abusar de “hype” ao invés de usar o antigo “sucesso”, “army” ao invés do que os millennials chamavam de “fandom”.
Trends da moda
Cabelo partido para o lado, unhas francesinhas brancas e calça skinny eram hits dos anos 2000 entre os jovens. Mas isso já é passado. Já nas maquiagens, os millennials e zennials preferem make leve, nada de contorno das Kardashians ou pele com muitas camadas de base. O efeito natural, com cara de pele sem nada, é a pedida. Se for para chamar atenção, que seja de forma criativa, com delineados coloridos e formas diferentes. E para as unhas, a francesinha tradicional ficou para trás, dando lugar a decorações divertidas, desenhos abstratos e paletas de cores. Cabelos repartidos de lado, característica da fase emo, foram substituídos pelas mechas divididas ao meio.
Até Harry Potter?
Outro assunto sensível à geração Z é tudo que remete a nostalgia para os millennials. O famoso “não se fazem as coisas como na minha época” é considerado como um dos ápices do cringe. Isso quer dizer que gostar de qualquer blockbuster ou sitcom lançados na década de 90 como “Harry Potter”, “Friends” e até animações icônicas da Disney, como “O Rei Leão” é ultrapassado, até um crime. Agora que você já sabe o que é cringe, tem duas escolhas: pegar sua caneca da Grifinória para tomar um cafezinho enquanto trabalha para pagar boletos ou tomar um Monster para ir aprender alguma dancinha do Tik Tok.