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Entenda como funciona o novo imunoterápico do SUS para tratar leucemia mais comum em crianças

Corrente sanguinea Freepik
Medicamento, que já é usado amplamente no exterior, é um anticorpo monoclonal que age estimulando o sistema imunológico (Foto: Freepik)
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O blinatumomabe, novo imunoterápico utilizado no tratamento da leucemia linfoblástica B (LLA B), apresentou resultados mais eficazes que a quimioterapia enquanto os pacientes aguardam por um transplante de medula óssea. Em junho 2022, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde, recomendou a incorporação do medicamento pelo SUS. Agora, em dezembro de 2023, a mesma comissão aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para tratamento da doença em pacientes de até 18 anos (19 incompletos) que sofreram recidiva da doença, ou seja, quando ela reaparece.

Para passar pelo transplante de medula óssea, um procedimento que pode levar à cura, pacientes com LLA B precisam entrar em remissão, ou seja, “zerar” a doença. Enquanto a quimioterapia apresenta uma taxa de sucesso de 54%, o imunoterápico elevou a chance para aproximadamente 90%.

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“O medicamento possibilita que esses pacientes possam realizar o transplante que não aconteceria em outro cenário”, diz o oncologista Neviçolino Pereira de Carvalho Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica.

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Como funciona?

O medicamento, que já é usado amplamente no exterior, é um anticorpo monoclonal que age estimulando o sistema imunológico. Ele se liga tanto às células cancerosas quanto aos linfócitos T, facilitando o trabalho de reconhecer e destruir o tumor. A droga também tem menos efeitos colaterais que a quimioterapia.

“Vamos poder oferecer para os pacientes pediátricos um tratamento extremamente avançado e eficiente para essa condição na recidiva”, diz o hematologista Fabio Pires de Souza Santos, do Hospital Israelita Albert Einstein.

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Novos estudos também já vêm demonstrando bons resultados do blinatumomabe quando usado como medicamento de primeira linha. Um deles, publicado em abril, testou o medicamento associado à quimioterapia em crianças que tinham um tipo muito agressivo de LLA, e constatou um aumento da sobrevida nesses pacientes.

“No Brasil, ele já é usado no setor privado e instituições públicas já vinham usando graças a parcerias com Organizações Não Governamentais (ONGs)”, afirma Carvalho Filho.

A LLA é o tipo mais comum de câncer pediátrico e tem altas chances de cura, mas exige um tratamento agressivo e rápido. Ela ocorre quando há uma mutação nos linfócitos, um tipo de glóbulo branco, que não amadurecem corretamente dando origem a uma célula anômala, chamada blastos leucêmicos. Essas células se multiplicam rapidamente e se acumulam na medula óssea, prejudicando o desenvolvimento das células saudáveis. Alguns dos sintomas são aumento dos gânglios, hematomas pelo corpo, sangramentos nas gengivas e no nariz, entre outros.

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