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E-bikes: as bicicletas elétricas começam a se tornar realidade

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GM vai colocar dois modelos no mercado em 2019, ainda sem nome (Fotos: Divulgação)
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Vistas como o futuro da mobilidade urbana por serem um meio de transporte não poluente, silencioso e barato, as bicicletas elétricas começam, aos poucos, a se tornar uma realidade no Brasil. Para se popularizarem, todavia, falta alcançar o adjetivo “barato”. Um primeiro passo no sentido da expansão do mercado de bikes elétricas – também conhecidas como bicicletas assistidas – ocorreu em 2013, com a publicação da resolução de número 465 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que as equiparou às bicicletas convencionais – antes, eram regulamentadas nos mesmos termos dos ciclomotores. Mas ficou um rabicho: os impostos que incidem sobre a fabricação ainda são iguais aos das motocicletas.

“O preço é proibitivo”, avalia Marina Bellini, sócia-proprietária da loja Terrabike, que comercializa e-bikes em Juiz de Fora. “O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de uma bicicleta assistida, por exemplo, é o mesmo de uma moto, ou seja, 35%. O das bicicletas comuns é 10%. Isso, mais que a tecnologia, faz com que haja uma diferença muito grande de preço entre os dois tipos.” O IPI puxado, sem falar nos demais impostos, faz com que os valores variem de R$ 5 mil, de um modelo mais simples da nacional Caloi, até passar a casa dos R$ 70 mil, no caso das versões mais parrudas da importada Specialized. Além destas duas marcas tradicionais, há muitas outras disponíveis no mercado, como Trek, EDG, Biobike, General Wings, Scooter Brasil, Duos e Lev, para citar algumas.

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Um estudo da consultoria Navigant Research projeta que, até 2020, 38 milhões de e-bikes serão vendidas no mundo. No Brasil, pesquisa feita em parceria entre a Aliança Bike e a Sidera Consult indicava que, até o fim deste ano, haveria 31 mil bicicletas assistidas circulando no país. Segundo o mesmo estudo, 20% das lojas de bikes do Brasil já vendem elétricas, e 78% querem comercializá-las nos próximos anos. O mercado é tão promissor que a indústria automotiva tradicional já está de olho neste nicho. Marcas como Volkswagen e Ford já anunciaram a entrada no setor, e a GM informou no mês passado que começará a comercializar dois modelos, “compactos e conectados”, no início de 2019, sendo um deles dobrável.

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Pau para toda obra

O vendedor Leandro Gusmão, da Terrabike, explica, em linhas gerais, como funciona uma e-bike. “Basicamente, ela reduz o esforço humano. Você regula o tanto de força que quer colocar, e o motor elétrico te ajuda a pedalar”, esclarece. Segundo o Contran, para ser considerada bicicleta elétrica, o motor só pode funcionar enquanto o cidadão estiver pedalando, ou seja: nada de acelerador. A potência máxima é de 350 watts, e a velocidade não pode exceder 25km/h segundo a legislação. E há modelos para todos os gostos, desde aqueles mais retrô, passando por bicicletas de passeio, ou próprias para ciclismo de estrada, e ainda as mountain bikes.

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As e-bikes são uma boa pedida para quem quer pedalar por lazer ou fazer esportes de aventura sem estar assim, digamos, no auge da forma física. “E são inclusivas”, defende Marina. “Vamos supor que eu pedale mais que você.” (E pedala.) “Com uma bicicleta assistida você consegue me acompanhar, porque não terá que fazer o mesmo esforço que faria em uma bicicleta comum.” (E assim eu não perderia o rolê.) “Acredito que mesmo quem tem hábito de pedalar, se pudesse, teria uma elétrica como segunda bicicleta, pelo conforto que proporciona inclusive para deslocamentos urbanos. O problema é que ainda é muito cara”, pondera Marina.

Caloi E-Vibe City Tour tem motor Shimano E6002, localizado no quadro, e custa cerca de R$ 8 mil

Energia limpa

Este é, talvez, um dos principais argumentos de quem defende a redução do preço das bikes elétricas, esses veículos híbridos de tração humana e propulsor elétrico: o impacto na mobilidade urbana. Mesmo em cidades de muito morro, como Juiz de Fora, o sistema de pedal assistido torna as viagens mais leves e menos cansativas. Usando energia limpa, as e-bikes têm tudo para se popularizar como modal eficiente e sustentável. Mas aí há necessidade de uma forcinha do poder público, como lembra Marina. “Estamos na contramão do mundo. Andar de bicicleta no Brasil é muito perigoso. Pedalar no trânsito de Juiz de Fora, só para ciclistas muito experientes. Não adianta pintar faixa no chão: precisamos de ciclovias.”

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Para ser uma bike elétrica

Segundo Resolução 465 do Contran

I – potência nominal máxima de até 350 Watts;

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II – velocidade máxima de 25 km/h;

III – serem dotadas de sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar (pedal assistido ou pedelec);

IV – não dispor de acelerador ou de qualquer outros dispositivo de variação manual de potência;

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V – estarem dotadas de: indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna dianteira, traseira e lateral, espelhos retrovisores em ambos os lados, pneus em condições mínimas de segurança.

VI – uso obrigatório de capacete de ciclista.

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