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Boris Feldman e a realidade dos carros autônomos em Frankfurt

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Por Boris Feldman
Elétrico e autônomo: Aicon Concept, o carro-conceito que a Audi apresentou em Frankfurt (Foto: Divulgação)
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O grande destaque neste ultimo salão de Frankfurt não foi automóvel nenhum, mas evidenciou que carro elétrico deixou de ser tendência e virou fato. E foi adiante: o que se definiu na Alemanha foi que, dentro de poucos anos, os carros serão elétricos, conectados, autônomos. E compartilhados.

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Como fonte de energia, as baterias estão sendo reduzidas em peso, dimensões e custo. A “antiga” autonomia de 150km (o que valia há três ou quatro anos já virou antigo…) deu um salto para 300 a 500km. Além disso, o carro elétrico não tem necessariamente que ser movimentado por baterias, mas pode ser energizado por uma célula a combustível (“fuel-cell”) que funciona com H2 (hidrogênio) no tanque. Com soluções regionalizadas: no Brasil, por exemplo, a rede de postos com bombas de etanol permite abastecer o tanque do carro elétrico com álcool e dele se obter o H2.

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A conectividade ainda engatinha, mas vai muito além do sistema (já presente até em carros nacionais da Ford e GM) que oferece ao motorista informações em tempo real sobre hotéis, restaurantes, estacionamentos e teatros, e o conecta automaticamente ao serviço de socorro no caso de um acidente. Automóveis vão literalmente “conversar” entre si e com centrais de controle, organizando de forma objetiva o trânsito urbano e nas rodovias.

Mas o grande salto tecnológico será o carro autônomo. Dispensar o motorista é a grande revolução que dá seus primeiros passos. Aliás, em Frankfurt, a Audi exibia o novo A8 já classificado como “nível 3” na escala da automação. São cinco categorias:

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Nível 1 – O carro conta com vários dispositivos para ajudar e alertar o motorista, mas este ainda deve manter absoluto controle do carro (“hands-on”);

Nível 2 – O motorista pode tirar as mãos do volante, mas o sistema eletrônico o alerta para para assumir em algumas situações (“hands-off”);

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Nível 3 – O carro opera todos os comandos (volante, pedais), mas o motorista deve ficar atento, pois pode ter que assumir o controle emergencialmente (“eyes-off”);

Nível 4 – Só existe, por enquanto, como protótipo. Permite que o motorista se dedique a outras funções (como videogames ou filmes, por exemplo) ou até a uma “cochilada”, pois o sistema é capaz de assumir todas as situações (“mind-off”);

Nível 5 – Automação completa: não exige mais a presença de um motorista, que se torna mais um passageiro do veículo. (“driverless”).

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A Alemanha já regulamentou os automóveis de nível 3, estabelecendo várias exigências, como guard-rails entre pistas de sentido contrário, velocidade máxima etc.

Toda novidade traz reações. A começar pelos riscos no carro autônomo. Mas só de quem se esquece das estatísticas de acidentes viários: 90% deles são provocados pelo motorista. Há os que resistem a abrir mão do prazer de dirigir. Outra questão é a situação em que o acidente é iminente e incontrolável: qual a reação de um computador quando se vê diante de desviar de um ser humano ou de outro veículo? Além do ético, o aspecto jurídico: quem é culpado por um acidente que envolve o carro autônomo? E pior: os sistemas de automação serão capazes de evitar a ação de hackers?
Mas a lista de argumentos favoráveis é maior. Só a segurança no trânsito e a redução do número de mortos e feridos em acidentes já justificaria a adoção do carro autônomo. Mas existem muitos outros, a começar pela redução dos engarrafamentos. E dos automóveis necessários na garagem da casa.

O carro autônomo é capaz de procurar vaga e encostar sozinho no estacionamento. E voltar diante do chamado de seu dono pelo celular. O que provavelmente será desnecessário: depois de deixar o dono no escritório, ele volta para buscar a madame em casa…
Ahhh….. quase me esqueço: o autônomo vai permitir enfrentar tantas caipirinhas ou taças de vinho quantas desejar seu dono!

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