ID.Buzz é nome oficial do modelo chamado carinhosamente de “nova Kombi” no Brasil, onde já chegou, mas não é vendido. A Volkswagen oferece o carro apenas na modalidade de assinatura, por a partir de R$ 12.990 mensais no plano de 48 meses, com franquia de 1.500 km. Isso porque, se fosse vendido aqui, a van sairia por cerca de R$ 500 mil, o que tornaria sua chance de sucesso bastante reduzida.
Segundo a marca, que não revela quantos contratos foram fechados, serão oferecidas 70 unidades no país. E os lotes vão chegar de forma gradativa. Seja como for, o ID.Buzz não tem rivais diretos no mercado brasileiro. Em relação à Kombi original, há apenas “menções”, como pintura saia e blusa e o formato da carroceria.
Com quase 3 metros de distância entre os eixos, a van tem conforto de sedãs de luxo – há também versão para sete ocupantes. Contribui para isso o fato de o motor elétrico ficar na traseira, e as baterias, de 77 kWh, serem instaladas no assoalho, o que o torna plano.
Segundo a VW, os 204 cv de potência e 31,6 mkgf de torque garantem velocidade máxima de 145 km/h, limitada eletronicamente. As recargas podem ser feitas em equipamentos rápidos, de até 170 kW, e a autonomia é de até 337 km, de acordo com as normas do Inmetro.
Porém, a “nova Kombi” deixa a desejar por não ter saídas do ar-condicionado (que é dual-zone) na traseira. Também não há carregador de celular por indução, a despeito das sete portas USB, inclusive para os passageiros de trás.
Chamativa da ‘nova Kombi’
Nossa experiência ao volante da ID.Buzz limitou-se a 15 minutos. A primeira impressão diz respeito ao visual, que chama muito a atenção nas ruas. O centro de Itu, cidade de São Paulo onde ocorreu a avaliação, praticamente parou para ver o carro passar. Olhares fixos e pescoços torcidos surgiam a cada esquina.
Em movimento, o comportamento das suspensões, que foram recalibradas para o Brasil, agradou muito. Na fente há o sistema independente, do tipo McPherson, com molas helicoidais. Atrás, o Multilink independente dá conta do recado. Apesar de o carro ter 1,91 m de altura, a carroceria se mantém firme em curvas. Isso é resultado, sobretudo, do centro de gravidade baixo e do peso, de quase 2,5 toneladas.
Como é de praxe em carros elétricos, a entrega instantânea de torque se traduz em bom desempenho, com fôlego para arrancadas e retomadas de velocidade. Também comum a todos os modelos elétricos, chama a atenção o baixo nível de ruído a bordo. O formato da carroceria, com ampla área envidraçada, e a posição alta de dirigir lembram bastante modelos como a Citroën Picasso e a Renault Scènic, por exemplo. E, assim como as minivans do passado, o foco é espaço e conforto.
Aliás, o sistema de direção firme, com bom raio de giro e volante de empunhadura adequada e regulagens de altura e profundidade, facilitam a condução. Curiosamente, o quadro de instrumentos é uma tela 5,3″ que acompanha o movimento da coluna do volante. A alavanca que permite escolher o tipo de marcha (drive, neutro e ré), é igual ao utilizado no SUV elétrico ID.4. Trata-se de um sistema giratório, que fica na coluna de direção. Esse recurso garante mais espaço para os ocupantes dos bancos dianteiros.