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Conheça a versão Storm 4X4 do Ford EcoSport

carro e cia capa ecosport
autoperfil EcoSport Storm 3
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
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Na atual invasão de utilitários esportivos compactos nos últimos anos, alguma coisa desandou. Os modelos foram ficando cada vez menos compactos, menos utilitários e menos esportivos – a proposta aventureira foi praticamente abandonada. Ou seja: são cada vez mais crossovers, mas se classificam como SUVs. Entre as marcas mais relevantes do mercado brasileiro, há pelo menos uma dúzia de modelos compactos e apenas dois deles com tração 4X4. Foi nesse cenário que a Ford achou que já era hora de o EcoSport voltar a ter uma versão com tração nas quatro rodas, a Storm. A nova versão chega por R$ 99.990, apenas R$ 3 mil a mais que a até aqui top de linha Titanium. A ideia da fabricante norte-americana foi oferecer um modelo com alguma capacidade fora de estrada e com visual robusto, mas com um nível de equipamentos semelhante ao de modelos de topo de outras marcas. Na avaliação da Ford, os rivais diretos pecam no requinte – caso do Renault Duster 4X4, que só tem câmbio manual – ou no custo/benefício – como o Jeep Renegade, que só tem versão 4X4 com motor diesel, bem mais cara.

O que chama mesmo a atenção nesta nova versão é o visual. Começa com a grade dianteira mais robusta, que traz incrustada na parte central a palavra “storm” em letras garrafais  – desenho inspirado na versão Raptor da F-150 nos Estados Unidos. Todo o carro é contornado por uma moldura de plástico que passa pelas caixas de roda, base das portas e a parte inferior dos para-choques, que aumenta a musculatura e até deixa o carro mais 2 cm mais largo – por conta disso, cada roda foi deslocadas 0,5 cm para fora. O espete recebe uma capa rígida, também com a palavra “storm” esculpida. Esta capa e o novo desenho do para-choque dianteiro, mais bojudo, fizeram o EcoSport ficar quase 9 cm mais comprido. Completa o visual uma faixa preta que passa na base das portas e sobe pelo para-lamas dianteiro e chega ao capô.

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Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias

Além do visual, o EcoSport Storm ganhou uma certa habilidade off-road. O sistema de distribuição de torque funciona de forma semelhante ao que existia na primeira geração do EcoSport, com um diferencial traseiro que acopla e desacopla o eixo cardã através de um conjunto de anéis de embreagem, de acordo com a demanda em cada momento. A diferença é que o antigo sistema era mecânico e tinha um dispositivo elétrico para bloqueio em 50/50 entre os eixos. Já o atual tem controle eletrônico e é totalmente on demand, sem possibilidade de intervenção do motorista. O máximo de transferência de torque para as rodas traseiras, no entanto, continua em 50%. Por conta de inclusão dessa caixa de transferência, a suspensão traseira foi modificada. O EcoSport “normal” tem um eixo de torção enquanto a Storm conta com um sistema multilink.

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Como o conceito era unir capacidade off-road com requinte, o conteúdo do EcoSport Storm foi baseado no da versão Titanium. Daí o motor ser o mesmo 2.0 Flex com injeção direta e 170/176 cv de potência e 20,6/22,5 kfgm de torque, com gasolina e etanol, gerenciado por um câmbio automático de seis marchas. Por dentro, o modelo ganhou um toque mais esportivo com detalhes na cor “laranja queimado” nas portas e no console. Na parte frontal fica instalada uma central multimídia, com tela flutuante de 8 polegadas, GPS e sistema de som Sony Premium. Logo abaixo, fica o controle do ar-condicionado automático. O modelo traz ainda chave presencial para destravamento das portas e ignição, que é feita por um botão de partida. No painel, entre o velocímetro e conta-giros, há uma tela de 4,2 polegadas, por onde se acessa as informações do computador de bordo e também o monitor gráfico que quantifica o quanto de torque cada roda recebe a cada instante.

Na parte de segurança, a Storm conta com sete airbags – frontais, laterais dianteiros, de cabeça e para o joelho do motorista –, controle de estabilidade e tração, ABS com distribuição de frenagem, auxílio de partida em rampa e sistema anticapotamento. Os faróis são de xênon e contam com luzes diurnas em led e há ainda sensor de estacionamento traseiro, monitoramento de pressão dos pneus, câmara de ré, alarme e ganchos Isofix. Em relação à Titanium, só ficou de fora o monitor de ponto cego.

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Primeiras impressões

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O visual do EcoSport Storm causa uma certa impressão. As rodas escurecidas, as molduras, faixas e, principalmente a grade com o nome da versão em relevo dão um ar bem robusto ao SUV. Por dentro, a versão traz praticamente todos os equipamentos disponíveis na linha e os detalhes em laranja não chegam a desviar a atenção. O conforto é garantido por detalhes como apoio de braços, volante e banco ajustáveis em várias direções, teto solar elétrico, revestimento em couro – com pespontos laranja –, ar-condicionado automático e central multimídia completa. Ou seja: o visual e o conteúdo da Storm são bem convincentes.

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Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias

Na parte dinâmica, a Storm manteve o bom compromisso do EcoSport entre estabilidade e conforto. No entanto, o câmbio automático e o sistema de tração roubam um pouco do ânimo do motor. Ele se mostra pouco vigoroso para um modelo com relação peso/potência de 8,35 kg/cv – são 1.470 kg para 176 cv com etanol. O modelo tem disposição para manter velocidade de cruzeiro de 120 km/h e ainda ter uma reserva de potência, mas não tem a “pegada” esportiva que a ficha técnica promete. Falta agilidade na entrega de potência do propulsor 2.0. Ele só acorda mesmo a partir de 4 mil giros, que é onde aparece seu torque máximo.

O trecho off-road escolhido para o lançamento não chegou a testar os limites do modelo. Tratava-se de uma estrada de terra, que não causava maiores problemas de aderência. Mesmo calçando pneus para uso no asfalto, no caso, Michelin Primacy 3 205/50 R17. Alguns trechos mais irregulares permitiram reafirmar o bom acerto de suspensão da Ford, com reações bem controladas e sem raspar o fundo nos desníveis maiores – no que a altura livre de 20 cm também ajuda. O monitor de distribuição de torque também demonstrou a efetividade do sistema de tração. Nas pisadas mais bruscas no acelerador, o sistema tracionava praticamente por igual as quatro rodas. Não é um equipamento para um off-road pesado, mas permite que o EcoSport transite tranquilamente por trechos de terra sem temores.

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