Demorou dez anos para a Volkswagen lançar a segunda geração de seu SUV médio Tiguan. Um intervalo de tempo excepcionalmente longo para qualquer carro hoje em dia. Ainda mais para o segmento em que atua, que tem crescido extremamente nos últimos anos. O modelo fabricado no México é pouco mais de 20 cm mais longo do que o europeu. Feito na fábrica de Puebla, o utilitário esportivo usa a plataforma MQB e utiliza todos os recursos do Grupo Volkswagen para concorrer com os rivais.
Quando estreou no último Salão de Detroit, o Tiguan foi confirmado com dois motores: 1.4 e 2.0, ambos turbinados e da linha TSI, sendo o de topo com diferentes níveis de potência. Para o México, de onde deve ser enviado para o Brasil pouco depois de seu lançamento – previsto para agosto -, ambas motorizações estão garantidas. A primeira delas com 150 cv, enquanto o propulsor de 2.0 litros chegará a 184 cv e 30,5 kgfm de torque.
Em Detroit, falava-se em transmissão automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. No entanto, é quase certo que o câmbio seja um automático oito velocidades, com envio de força para tanto o eixo dianteiro quanto para as quatro rodas, através de um sistema AWD 4Motion, dependendo da versão.
O novo Tiguan é muito maior do que antes: mede 4,7 metros, 12 cm a mais que o rival Honda CR-V. Essa medida resulta em um tremendo ganho tanto para o espaço de carga, no porta-malas, quanto para os passageiros traseiros. Não à toa, é possível acomodar uma terceira fila de bancos. Quanto aos equipamentos, ainda não há uma lista final nas configurações que serão montadas no México – a unidade testada é de pré-produção. Mas já se vê ar-condicionado automático de três zonas, bancos em couro, chave presencial e central multimídia com tela de alta resolução. Outros elementos que devem aparecer nas versões mais equipadas são o teto solar panorâmico e até mesmo um painel de instrumentos totalmente digital.
Impressões ao dirigir
Por dentro, o novo Tiguan traz um desenho típico da Volkswagen, com linhas e elementos bem limpos e posicionados ao alcance do motorista. Há controles de volante para manipular o computador de bordo, sistema de áudio, controle de cruzeiro e telefone celular. Quando se nota a parte de trás, logo percebe-se o enorme ganho de espaço para os passageiros que viajam ali.
A unidade testada traz motor 2.0 de 184 cv e tem força suficiente para movimentar com bastante agilidade. Mas é preciso mencionar que o Tiguan perdeu um pouco do espírito esportivo que carregava em sua geração passada. Além de ser maior, é preciso considerar que se trata de um carro focado principalmente no mercado norte-americano, com um público que coloca o conforto à frente do desempenho.
Por outro lado, essa perda de “tempero” no manuseio garante uma qualidade de passeio que impressiona. A suspensão suave isola as imperfeições da estrada com competência. A direção segue o padrão da marca: é rápida e precisa. Apesar de não ter seus preços divulgados, parece que o Tiguan terá uma competitividade superior à de antes na disputa com seus rivais no segmento.