Dentre as mais diferentes personalizações que um carro pode receber, o sistema de som, talvez, seja a primeira alteração feita pelos apaixonados por música e festa. Não existe um preço base de referência, pois o custo vai depender e muito da potência a ser instalada e da marca dos equipamentos que precisam ser adquiridos. Mas pasmem: o investimento pode passar dos R$ 50 mil.
Quem explica isso é Gustavo Rezende Damasceno, proprietário de uma loja especializada em som automotivo, a Norte Som. “Nesta época de carnaval, por exemplo, tem gente que me procura para montar uma carretinha de som, que acaba sendo usada para puxar os blocos destas cidades pequenas próximas a Juiz de Fora. São pessoas que investem pesado para o melhor som, como um trio elétrico, e por isso pode chegar nestes R$ 50 mil.”
Mas calma lá!
É possível colocar o bloco na rua – ou fazer a festa entre amigos – com muito menos. Um som bacana é aquele que consegue captar agudos, médios e graves das músicas sem distorções. Uma montagem considerada inicial pode ser feita a partir de R$ 700. Trata-se de uma qualidade limitada de alcance, mas já suficiente para colocar todo mundo para dançar.
E não pense que o equipamento nesta faixa de preço deva ser menosprezado. Ao contrário, em tempos de crise, conforme explica Gustavo, as pessoas têm buscado a melhor relação custo x benefício. “Conseguimos neste valor colocar aquela caixa trio, no porta-malas. Depois, com o tempo, o dono do carro vai melhorando o sistema, priorizando caixas maiores e de marcas mais conceituadas, como Selenium e Taranto.”
A montagem padrão passa pelo aparelho de reprodução do som (a Pioneer é a líder de mercado), ligado a um amplificador, chamado popularmente de módulo. É ele que vai dar a potência para extrair o melhor som do alto-falante (grave), da corneta (médio) e do tweeter (agudo).
Ah, e por falar em módulo, muito cuidado: eles são os maiores vilões da bateria do carro. Quanto maior a potência, maior será a exigência de energia. O ideal mesmo é ter uma bateria independente para este equipamento. Afinal, ninguém quer ter dificuldades para ligar o carro depois de horas de boa música.
E sabe aquelas caixonas de som que ocupam todo um porta-malas? Além de bonitas, podem também ser personalizadas. Neste caso, a gente consegue ver um pouco de tudo: de uma ilustração específica até uma cor bem viva, passando por um acabamento à base de verniz brilhante ou fosco. Vai do gosto do freguês.
Pianinho
Se o som potente ainda não é a sua praia, pelo menos escolha um sistema que garanta boa qualidade, mesmo que limitado aos ouvidos dos ocupantes do veículo. Afinal, ninguém gosta de ouvir músicas com chiados e distorções. Para este público, o ideal é o chamado kit família, que não possui módulo, ou seja, a emissão do som é feita apenas pela potência das caixas de som embutidas, geralmente duas na parte da frente e duas atrás do carro, ligadas diretamente no player. Com cerca de R$ 350 já é possível rodar ouvindo música com (e de) boa qualidade por aí.
Som automotivo: algumas dicas
Escolha a bateria certa: som é energia, e energia é bateria. O equipamento que já vem nos carros geralmente possui amperagem de 45 a 60, o que é pouco para dar conta de todo o sistema elétrico e ainda sobrar para o som automotivo. O mais recomendado é comprar uma bateria própria, para garantir que nada se queime. Além disso, o carro precisa ligar depois de horas de música.
Aparelho de reprodução: até pouco tempo, o aparelho que rodava CD e MP3 dominava o mercado. Não é mais assim. Com a popularização de música via streaming (Spotify, Deezer, iTunes), a busca agora é por compartilhamento do som via bluetooth. Há soluções da Pioneer encontradas a partir de R$ 400. A Multilaser possui aparelhos por cerca de R$ 300. Se quiser ir além, procure pelas centrais multimídias, com custo a partir de R$ 1.000. Muitos carros hoje já vêm equipados com suas próprias centrais.
Alto-falantes: vai depender do seu gosto e o que se espera do carro. O ideal é buscar auxílio de especialistas, pois a disponibilidade no mercado é muito ampla. Neste caso, é preciso ficar de olho nos watts RMS, que é a potência média do som a ser gerado. Quanto maior o RMS, maiores serão as caixas e mais caro ficará o sistema.