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Firmeza nas curvas da 040

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Na saída da concessionária Nissan Nagai, em Juiz de Fora, o consultor de vendas William Marinho dá as últimas dicas antes que eu parta para um test drive de dois dias com o Nissan Kicks SL 2018. Mostra como funciona o sistema de câmeras 360 graus, fala do controle dinâmico de chassis e, por fim, pede para que eu teste o sistema de auxílio em rampas. “Nesse aí só não dirige bem quem não quer”, brinca. Cheio de razão.

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O modelo disponibilizado pela montadora para a reportagem da Tribuna foi o Nissan Kicks SL CVT, topo de linha do modelo, com todos os opcionais, exceto o radar de colisão com assistência de frenagem. As primeiras impressões, relativas à habitabilidade, são ótimas. Embora não pareça muito grande olhando de fora, o espaço interno é mais que satisfatório. Não sou um cara exatamente alto, nem tampouco tampinha, e com meus 1,77m pude entrar e sair com tranquilidade. Há espaço de sobra para duas pessoas no banco traseiro, e três se acomodam sem sacrifício.

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O ajuste manual de altura do banco do motorista, associado à regulagem de altura e profundidade do volante, colaboram para essa sensação de conforto. O bom espaço interno estende-se ao porta-malas de 432 litros, que equipara-se aos maiores da categoria, como o Honda HR-V e o Renault Duster, que comportam 437 litros. O revestimento em couro dos assentos e de parte do console complementam o misto entre funcionalidade e requinte do interior do carro.

Tecnologia

Dentro da cidade, o Nissan Kicks se comporta de forma excelente. O motor de 1.6 litro rendeu, nos dois dias em que rodei pelas esburacadas e montanhosas ruas de Juiz de Fora, a ótima média de 10km/l – na estrada, a montadora promete entregar até 17km/l. Isso tudo pode ser acompanhado pelo computador de bordo do Kicks, exibido em um bonito painel multifuncional em HD de 7 polegadas, com mais de 12 funções, entre elas GPS e central multimídia dotada do sistema Nissan Multi App, que contempla aplicativos como Spotify e Waze, tudo com controles no volante revestido de couro.

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A tecnologia está presente também no modo de partida push start – aquele que liga sem chave, só no dedão -, na abertura das portas sem uso de chave (basta estar com ela no bolso e apertar um botão na maçaneta), rebatedores automáticos dos retrovisores, ar-condicionado automático digital e faróis com acendimento automático graças ao sensor crepuscular. O sistema de câmeras 360 graus é a cereja deste bolo tecnológico, facilitando demais a vida do motorista na hora de fazer uma vaga de ré na rua ou no estacionamento de casa, e até mesmo para parar de frente, evitando aquelas velhas e não tão boas escalavradas nas rodas.

Mas voltando às ruas de Juiz de Fora, o sistema eletrônico de suspensão confere notável conforto na hora de vencer a buracada do Cascatinha. Nos morros, que não são poucos, o sistema de auxílio em partida em rampa faz o cidadão lembrar, sem um pingo de saudade, da tensão sofrida na mão do examinador do Detran na hora de fazer o famigerado controle de embreagem na prova para tirar a carteira de habilitação. Aquilo foi na era das trevas. Agora, o “robozinho” segura o carro na rampa por três segundos até que você pise no acelerador e siga viagem. Como disse lá o William, “só não dirige bem quem não quer”.

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Esticada

Antes de entregar o carro, uma esticada na BR-040 para dar uma conferida no comportamento do Kicks em velocidades mais altas. E foi a hora em que o carro mais impressionou. Não pelo razoável trem de força de 1.6 litros, que oferece 114cv e 15,5kgfm de torque a 4 mil rpm – vai de 0 a 100 em 12,4 segundos -, mas pela estabilidade. O sistema exclusivo de controle dinâmico em curvas e o estabilizador ativo de carroceria fazem maravilhas pela dirigibilidade. Mal dá pra sentir o “galeio” do carro, mesmo nas curvas mais fechadas. Naquelas depressões rápidas, que no meu carro dão um friozinho na barriga, o Kicks segue numa boa e sem sobressaltos estomacais.

O câmbio CVT de seis velocidades, se é muito prático na cidade e proporciona uma direção extremamente suave, nas subidas mais encrencadas e nas retomadas – por exemplo, para ultrapassagens na 040 – pode causar algum estranhamento na “mudança” de marchas, que ocorre entre 3 a 5 mil giros. Talvez a solução aí seja não enfiar o pé de vez, mas ir dando toques no acelerador para desenvolver o carro mais harmonicamente. Para quem gosta de mais diversão ao volante, a versão de câmbio manual pode até ser mais interessante. Para quem quer preza pelo conforto e suavidade e não liga tanto para a emoção, o CVT agrada em cheio. Vai do perfil do freguês.

Ao fim dos dois dias, a experiência a bordo do Nissan Kicks SL CVT foi muito agradável. Moderno por fora, bonito por dentro, espaçoso e econômico, entrega mais do que sua configuração sugere. O motor de 1.6 não compromete nem na estrada nem na cidade (não vamos falar de chão, pois vamos concordar que os crossover urbanos não foram feitos para rali) e mostrou-se bastante competente para carregar os 1.142kg do SUV compacto, embora não seja recomendado para espíritos aventureiros. Os preços variam desde o modelo de entrada, o Kicks S manual de cinco marchas, na casa dos R$ 71.990, até o top de linha que testamos e que pode chegar, com todos os opcionais e cor metálica, a R$ 101.740.

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