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Dois casais, um carro, uma moto e cinco países

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A bordo de uma Ford Ranger e uma Triumph Explorer 1.200cc, Rafael, Cynthia, Mauro e Vivian encaram o desafio de viajar pela América do Sul durante 47 dias (Foto: Arquivo pessoal)
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O que vem à sua cabeça quando pensa em viajar nas férias de carro ou até mesmo moto? Provavelmente sua resposta foi um pouco diferente da ideia colocada em prática por dois casais juiz-foranos. Neste exato momento, 20 dias após terem deixado a cidade, é provável que o corretor de imóveis Rafael Kapps, sua esposa, a funcionária pública Cynthia Cazarim, e o casal de amigos Mauro Freitas e Vivian de Castro, ambos empresários, estejam em algum lugar no Peru, depois de já terem passado por Argentina, Bolívia e, mais recentemente, o Chile. Tudo isso a bordo de uma Ford Ranger, toda equipada, e uma Triumph Explorer 1.200cc.

No último contato feito pela reportagem, segunda-feira (30 de abril), os aventureiros já tinham visitado o deserto do Atacama, o Vale de La Luna e suas cavernas de sal, o Salar do Uyuni, além de inúmeros canyons, dunas, vinícolas e lagoas (brancas, verdes, negras e vermelhas). Ufa! Tudo isso representa metade da viagem, prevista para durar 47 (incríveis) dias.

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Claro que, em se tratando de aventuras rumo ao desconhecido, alguns sufocos são inevitáveis. Felizmente, carro e moto estão se comportando bem ao desafio, apenas com alguns pneus furados e a periódica troca de óleo dos veículos, conforme já era esperado. Mas para a próxima viagem, Rafael já tem algo em mente: vai viajar com mais de um estepe.

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A Ford Ranger é equipada de verdade. Uma das fotos enviadas para a reportagem mostra que, na hora do descanso, por exemplo, ela se transforma em uma casa em quatro rodas _ inclusive com uma geladeira para levar mantimentos e água. “A tecnologia também está sendo nossa aliada. Aplicativos como Loverland e Maps.me têm sido de suma importância. São eles que nos fornecem a localização dos serviços que necessitamos, como área para camping, oficinas mecânicas, restaurantes, bancos, entre outros”, contou Rafael, o porta-voz do grupo.

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Rafael e Cynthia sobre o "Salar del uyuni", o maior deserto de sal do mundo, que fica a 3.600 metros de altitude na Bolívia (Foto: Arquivo pessoal)

‘Bendito lenço umedecido’

Quando viajamos para o exterior de avião, possivelmente temos um hotel ou um apartamento a nossa espera após um dia longo de passeio. No caso de uma aventura com um carro e uma moto, não é bem assim. Acampar é rotina, e banho nem sempre o que esperamos. No Salar do Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, que fica na Bolívia, a 3.600 metros de altitude, os juiz-foranos conheceram o verdadeiro sentido da palavra “perrengue”.

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“Foi a hora de dizer adeus às frescuras e encarar banheiros pagos a 3 bolivianos (o equivalente a R$ 1,50), absolutamente sujos e sem água. A descarga era um baldinho de criança. Dormimos em abrigos com pessoas desconhecidas.” E o banho, Rafael? “Bendito lenço umedecido!”, respondeu.

Se o deserto de sal é desafiador, as imagens registradas pelos casais são de tirar o fôlego. E no caminho, rumo à altitude, outros cenários foram dando ânimo e fôlego a eles, como os lagos aquecidos por pedras vulcânicas, os viveiros de flamingos e lhamas, os monumentos naturalmente esculpidos pelos ventos, as pinturas rupestres e as minas de lítio. Sem contar o Deserto do Atacama, no Chile, e os gigantescos canyons e dunas.

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A Ford Ranger foi toda preparada para a aventura, com uma barraca acoplada que vira cômodo e uma geladeira para transportar comida e água (Foto: Arquivo pessoal)

Próximo destino: Alasca

A viagem que se aproxima da metade foi planejada por aproximadamente um ano. E o passeio promete não ser o último, mas sim o pontapé inicial de outros que estão por vir. A próxima aventura, aliás, já tem destino certo: será o longínquo estado norte-americano do Alasca, cuja temperatura média oscila entre 8 graus, no verão, e 24 graus negativos, no inverno. “É um desejo futuro, mas um objetivo certo. Esta viagem está nos fornecendo experiências que precisamos ter, com relação a documentos nas fronteiras e, principalmente, nos ensinando a enfrentar dificuldades juntos”, disse Rafael.

E se a viagem é recomendada? Eles dizem que sim, mas salientam que não é um desafio para qualquer pessoa. Em primeiro lugar, é preciso se despir de vaidades e constatar que é necessário muito pouco para viver. “Diria a todos para não ter medo de realizar seus desejos, sejam eles quais forem. O importante é sonhar, programar e executar.”

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