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Gol e Voyage ganham câmbio automático e preço competitivo

Volkswagen-Gol-com-câmbio-automático

Foto: Márcio Maio/Carta Z Notícias

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Há tempos a Volkswagen desejava inserir o câmbio automático no Gol e no Voyage. E um dado chamou a atenção da montadora para que isso acontecesse ainda no início do segundo semestre deste ano: em 2017, mais de 40% das vendas de carros no Brasil foram de modelos sem pedal de embreagem. E a expectativa é de que essa participação cresça 50% até o final de 2020 e atinja 60% dos emplacamentos nacionais. A marca, então, tratou de fazer leves mudanças no visual do hatch e do sedã compactos, adotou uma versão de acabamento única para a linha – a diferença está nas três opções de trem de força de ambos os automóveis – e apostou todas as suas fichas no preço competitivo dos novos Gol e Voyage 1.6 automáticos.

Para receber a transmissão de seis marchas, os modelos passam a adotar o mesmo propulsor que movimentava a extinta versão Rallye. Trata-se do 1.6 MSI, que tem quatro cilindros e 16 válvulas. Com bloco e cabeçote feitos de alumínio e duplo comando de válvulas, o propulsor rende 110 cv com gasolina e 120 cv com etanol, sempre a 5.750 rpm. Já o torque é de 15,8 kgfm e 16,8 kgfm, nas mesmas condições, e aparece por completo nos 4 mil giros. O conjunto é suficiente para levar o Gol do zero a 100 km/h em 10,1 segundos e chegar aos 185 km/h de velocidade máxima. Já o Voyage ganha na máxima, que é de 190 km/h, mas chega aos 100 km/h ao partir da inércia em 10,2 segundos.

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Esteticamente, os carros mudaram muito pouco. Na parte frontal, o capô foi elevado e tem duas linhas que se conectam aos faróis. A grade larga e alta abriga o logo da marca e o para-choque dianteiro recebe entradas de ar na parte inferior. Faróis de neblina têm formato trapezoidal, com uma moldura preta, e acima deles aparecem vincos bem marcados – uma tentativa de conferir ao hatch e ao três-volumes um visual mais esportivo.

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A lista de itens de série do Gol e do Voyage automáticos é simples e bastante funcional, até para poder brigar com a concorrência na relação custo/benefício. Ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista com ajuste de altura, suporte para celular com entrada USB, travamento elétrico das portas e vidros dianteiros com acionamento elétrico estão entre eles. Aparecem também alerta sonoro de faróis acesos, tomada 12V no console central e para-sol com espelho para motorista e passageiro. As rodas são de aço, com 15 polegadas, e há também luzes indicadores de frenagem de emergência, que alerta motoristas que circulam atrás do veículo sobre qualquer freada mais forte. O preço inicial é de R$ 54.580 para o Gol e R$ 59.990 para o Voyage.

É possível, no entanto, optar por alguns pacotes opcionais interessantes. O Urban, por exemplo, traz rodas de liga leve de 15 polegadas, alarme, chave tipo canivete com controle remoto, retrovisores e maçanetas pintados na cor do veículo, grade do radiador pintada em preto ninja e espelhos retrovisores externos com ajuste elétrico, função tilt-down do lado direito e luzes indicadoras de direção integradas. Esse mesmo kit recebe também sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos dianteiros e traseiros, destravamento elétrico da tampa traseira pela chave, para-sol com espelho iluminado, faróis duplos, farol de neblina, lanterna traseira escurecida e coluna de direção com ajuste de altura e distância. O preço é de R$ 3 mil.

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Já para a central multimídia, duas opções estão disponíveis. A primeira é a que a Volkswagen chama de Composition Touch, que acompanha computador de bordo e volante multifuncional e permite conectividade com Android Auto, Apple CarPlay e Mirrorlink, por R$ 2 mil a mais. Há ainda a Discover Media, que adiciona GPS e permite conexão para até dois celulares via Bluetooth. Em função do lançamento a marca está cobrando apenas R$ 100 a mais pelo equipamento, totalizando R$ 2.100.

Impressões ao dirigir

Foto: Márcio Maio/Carta Z Notícias

Aos poucos, os modelos de entrada das marcas automotivas começam a se adaptar aos novos gostos dos consumidores. A transmissão automática, por exemplo, começa a figurar entre os itens desejados por consumidores deste tipo de veículos. E por isso mesmo é cada vez mais comum sua adoção nos carros mais baratos das marcas. A Volkswagen já tinha retirado o pedal de embreagem do Gol antes, quando inseriu o câmbio automatizado. Os trancos provocados pelo sistema, porém, não costumavam atrair tanto os consumidores. Algo que a nova transmissão do hatch, certamente, tem condições de fazer.

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O casamento entre o câmbio e o propulsor 1.6 de 120 cv máximos impressiona. As trocas são ágeis e o motor mostra disposição mesmo bem antes dos 4 mil giros, quando os 16,8 kgfm de torque com etanol no tanque aparecem plenamente. Desde a arrancada, o Gol 1.6 tem vigor e seu ajuste de suspensão favorece o equilíbrio em estradas com mais curvas. O trecho escolhido pela fabricante para o teste drive de lançamento se deu na maior parte em rodovias, mas mesmo nos poucos quilômetros de tráfego urbano foi possível perceber a boa desenvoltura do carro na cidade.

A unidade fornecida estava com todos os opcionais disponíveis, que deixam o Gol bem competitivo diante dos concorrentes sem pedal de embreagem. É nítido que o foco é mesmo no custo/benefício, visto que não aparecem itens voltados para o luxo. Tudo parece pensado para tornar o modelo o mais funcional possível. Desde a central multimídia com espelhamento de smartphones aos sensores de estacionamento traseiros, passando pelo volante multifuncional e as aletas para trocas manuais de marchas. Visualmente, as únicas peças que aparece nos pacotes são as rodas de liga leve. Uma prova de que a racionalidade impera ali.

Ponto a ponto

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Foto: Márcio Maio/Carta Z Notícias

Desempenho
Para a avaliação, foi utilizado o hatch da Volkswagen. O motor 1.6 do Gol com câmbio automático é o mesmo usado antes pela extinta versão Rallye, que rende 120 cv e 16,8 kgfm de torque máximos com etanol e movimenta com bastante agilidade o hatch. Desde as arrancadas às ultrapassagens e retomadas, não há decepções em comparação aos concorrentes do segmento com propulsores aspirados do mesmo tamanho. A transmissão de seis marchas tem trocas rápidas e se comunica muito bem com o propulsor. Nota 8.

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Estabilidade
Mesmo com as mudanças no trem de força, a Volkswagen manteve o acerto mais firme da suspensão, típico de seus modelos. O resultado é um comportamento equilibrado mesmo em curvas mais fechadas. De maneira geral, as quatro rodas se mantêm firmes no chão e as rolagens de carroceria são extremamente sutis quando não se explora o carro em seus limites. Nota 8.

Interatividade
O Gol sempre foi um carro simples e isso não mudou. São poucos comandos, todos de uso bastante intuitivo. O suporte para celulares de série é bem prático e funcional. A central multimídia opcional espelha celulares e seu pacote acompanha ainda computador de bordo, volante multifuncional e aletas no volante para trocas manuais. Outros itens que também são pagos à parte melhoram a interação entre o motorista e o carro, como os retrovisores elétricos e sensores de estacionamento traseiros. Ou seja, o Gol automático, quando completo, se destaca na interatividade. Principalmente pela faixa de preço em que atua. Nota 9.

Consumo
O Gol 1.6 automático ainda não consta na tabela do Programa de Etiquetagem do InMetro. De acordo com os números da própria Volkswagen, o carro percorre 7,7 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada com etanol e 11,1 km/l em circuito urbano e 13,6 km/l no rodoviário com gasolina. No teste drive, porém, conseguiu médias ainda melhores, apesar das pisadas intensas no acelerador em alguns trechos do percurso. Nota 7.

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Conforto
O Gol é um carro compacto, mas quatro pessoas de estatura média se acomodam relativamente bem. A suspensão é firme e, em alguns casos, não absorve tanto o impacto dos desníveis das ruas. O isolamento acústico deixa um pouco a desejar quando se exige mais força do propulsor, em rotações altas, mas não chega a ser um carro barulhento. Nota 7.

Tecnologia
A plataforma antiga depõe contra o modelo. O motor, porém, é moderno, eficiente e potente para seu tamanho. Isso sem falar na transmissão automática de seis velocidades, a grande novidade. Outros itens mais tecnológicos, no entanto, ficam na lista de opcionais e isso decepciona um pouco. Sem falar na falta de salvaguardas de segurança já utilizadas por alguns concorrentes. Nota 7.

Habitabilidade
Há espaço para garrafas e outras coisas nos bolsões das portas e porta-trecos. De maneira geral, é fácil acomodar carteira e chaves, por exemplo – o celular tem um suporte próprio bem interessante, inclusive por ter uma entrada USB exclusiva. O porta-malas leva razoáveis 285 litros e não é difícil entrar e sair do modelo. Nota 8.

Acabamento
Há plásticos por toda a parte, mas de qualidade aparentemente boa e sem folgas nos encaixes. Os materiais não chegam a ser suaves ao toque, mas também não são ásperos. A Volkswagen até vem melhorando bastante nesse aspecto, mas apenas em modelos que atuam em faixas de preço superiores. Nota 6.

Design
O Gol passou por uma reestilização junto com a chegada do câmbio automático. Mas que não conseguiu renovar o visual. Na frente, o capô está mais elevado, com duas linhas que se conectam aos faróis maiores. Com a grade larga e alta, o logotipo da Volkswagen fica alocado integralmente fora do capô. O para-choque dianteiro traz entradas de ar na parte inferior e linhas geométricas. Os faróis de neblina têm formato trapezoidal e são envolvidos por uma moldura preta. Atrás, no entanto, só a assinatura MSI e com a inscrição “Automático” embaixo. Nota 6.

Custo/benefício
A Volkswagen cobra iniciais R$ 54.580 pelo Gol 1.6 automático, mas o valor sobe em R$ 5.100 para ter o hatch completo. Abaixo dele e com transmissão automática, só o Toyota Etios X, com câmbio de quatro marchas e motor 1.3, por R$ 53.810. O bom preço frente à concorrência, aliás, pode fazer o Gol se destacar diante um público novo para o modelo: o PcD, de pessoas com deficiência. Nota 8.

Total
O Volkswagen Gol 1.6 automático somou 74 pontos em 100 possíveis.

Ficha técnica

Foto: Márcio Maio/Carta Z Notícias

Motor: Bicombustível, 1.598 cm³, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não dispõe de controle de tração.

Potência máxima: 110 cv e 120 cv a 5.750 rpm com gasolina e etanol.

Torque máximo: 15,8 kgfm e 16,8 kgfm às 4 mil rpm com gasolina e etanol.

Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,1 segundos.

Velocidade máxima: 185 km/h.

Diâmetro e curso: 76,5 X 86,9 mm. Taxa de compressão: 11,5:1.

Freios: A disco na frente e a tambor atrás, com ABS e EBD.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais e barra estabilizadora. Traseira com eixo de torção com braços longitudinais. Não dispõe de controle de estabilidade.

Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,92 metros de comprimento, 1,90 m de largura, 1,49 m de altura e 2,47 m de distância entre-eixos. Airbags frontais.

Peso: 1.040 kg.

Capacidade do porta-malas: 285 litros.

Tanque de combustível: 55 litros.

Produção: Taubaté/SP.

Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista com ajuste de altura, suporte para celular integrado ao painel com entrada USB, travamento elétrico das portas, vidros dianteiros com acionamento elétrico, encosto do banco traseiro rebatível, desembaçador traseiro, alerta sonoro de faróis acesos, tomada 12V no console central, para-sol com espelho para motorista e passageiro, rodas de aço com 15 polegadas, antena de teto, faróis com máscara negra, alerta de não utilização de cinto de segurança do motorista, três apoios de cabeça com ajuste de altura no banco traseiro e sinal de frenagem de emergência.

Preço: R$ 54.580.

Opcionais: Rodas de liga leve de 15 polegadas, alarme keyless, chave tipo “canivete” com controle remoto, retrovisores e maçanetas pintados na cor do veículo, grade do radiador pintada em preto ninja, espelhos retrovisores externos com ajuste elétrico, função tilt down (lado direito) e luzes indicadoras de direção integradas, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos dianteiros e traseiros, destravamento elétrico da tampa traseira com controle remoto, travamento elétrico das portas com controle remoto, para-sol com espelho iluminado, farol de neblina, lanterna traseira escurecida, duas luzes de leitura dianteiras e duas traseiras, alças de segurança no teto, coluna de direção com ajuste de altura e distância, central multimídia com espelhamento de celulares e GPS, computador de bordo, volante multifuncional e aletas para trocas manuais de marchas.

Preço completo: R$ 59.680.

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