Café e isolamento social: cuidado com o excesso da bebida

Por Alice Amaral

O Brasil é o maior exportador de café no mundo e o segundo país que mais consome a bebida, perdendo apenas para os Estados Unidos. No café da manhã, depois do almoço, no lanche da tarde e até durante o dia para espantar o sono, lá está ele, quentinho e cheiroso. No isolamento social ele continua presente servindo de companhia para as refeições ou para manter os estudantes e profissionais acordados enquanto realizam suas atividades em casa. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café, o consumo do produto aumentou em 35% em março e isso é preocupante, pois mesmo proporcionando muitos benefícios para a saúde, a ingestão de café, principalmente neste momento em que estamos muitas vezes ociosos e ansiosos, deve ser moderada.

O excesso da bebida pode trazer efeitos prejudiciais ao organismo como a inibição da absorção de ferro e o aumento da excreção urinária de cálcio. Por isso deve ser utilizado com moderação em crianças, grávidas e idosos. Pode causar insônia se ingerido ao anoitecer. O café também pode causar insônia, atacar o sistema digestório e o mais importante: por ser um estimulante e acelerar o metabolismo, ele também pode levar a um aumento da frequência cardíaca (taquicardia). Em certos casos, a pessoa pode chegar a sentir a sensação de palpitações. Pessoas com anemia e osteoporose também devem evitar o excesso de café.

Porém, se consumido moderadamente, o café pode ser um aliado para a nossa saúde, além de ser uma experiência prazerosa. A cafeína presente na bebida age estimulando o sistema nervoso central e aumenta, por exemplo, a produção de neurotransmissores, como a serotonina, hormônio da felicidade. Por isso, ficamos felizes ao beber o café e fazemos questão de tê-lo em nossas mesas diariamente. Ele também tem ação analgésica, anti-inflamatória, antigripal, digestiva, diurética e excitante.

Estudos comprovaram que o consumo moderado da bebida auxilia na redução de risco de problemas cognitivos, como o Alzheimer, aumenta a atenção, memória e diminui o excesso de sono.  Além disso, uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard apontou que o café também apresenta ação antidepressiva devido ao aumento da produção dos neurotransmissores. O café favorece a prática de exercícios físicos e no emagrecimento, pois possui ação termogênica. Possui antioxidantes que contribuem para o fortalecimento da imunidade e retardam o envelhecimento. Um estudo da Dinamarca comprovou que o café diminui a glicose e melhora a resistência insulínica devido a presença do cafestol, uma substância bioativa.

O recomendável é que não se ultrapasse 4 xícaras pequenas de café diariamente, aproximadamente 200 ml, mas essa quantidade pode variar de pessoa para pessoa. Por isso, é importante buscar orientação médica. É importante esclarecer que o café deve ser coado e ingerido em até 15 minutos, pois depois deste tempo ele oxida e perde suas propriedades.

A dica para sair do preparo tradicional e não utilizar açúcares ou adoçantes é acrescentar canela em pó na bebida. Para deixar mais cremoso, você pode utilizar leite de coco em pó. Para enriquecer seus preparos e aumentar a saciedade, utilize uma colher de sobremesa de óleo de coco extra virgem. Sempre que possível, utilize café orgânico.

 

 

Receitas de cappuccino caseiro

Ingredientes

– 200 ml de água

– 01 colher (sopa) de café em pó

– 01 colher (café) de canela em pó

– 01 colher (café) de gengibre em pó

– 01 colher (sopa) leite de coco em pó

Modo de preparo

Coloque a água para ferver. Em seguida, coe o café diretamente na xícara e acrescente na bebida o leite de coco, a canela e o gengibre. Misture bem até ficar homogêneo e, caso queira aumentar a cremosidade, acrescente 01 colher de sobremesa de óleo de coco extra virgem. Sirva em seguida.

Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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