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Criação do arranjo produtivo local da fruticultura na Zona da Mata é debatido na ALMG

fruticultura
Estado é o maior produtor de morangos do país e a fruticultura foi a atividade que mais cresceu em termos percentuais nos últimos 10 anos em Minas (Foto: Freepik)
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Com o intuito de expandir a produção e o processamento de frutas na Zona da Mata, a Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debateu a possibilidade de criação de um novo arranjo produtivo local (APL) da fruticultura na região. A reunião, solicitada pelo vice-presidente da comissão, deputado Coronel Henrique (PL), aconteceu na última sexta-feira (24) e contou com a participação de produtores rurais, órgãos e entidades de pesquisa, a governança de representação do APL e autoridades locais. 

No início do ano, a lei 24.659/2024 instituiu o Polo de Fruticultura de Visconde do Rio Branco e Região. Para se ter uma ideia sobre o destaque da cidade no setor, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,6 mil toneladas de laranja, 1,5 mil toneladas de manga, 1,4 mil toneladas de goiaba, 1,2 mil toneladas de maracujá, 299 toneladas de banana, 72 mil frutos de coco-da-baía, 24 toneladas de limão, 15 toneladas de tangerina e 10 toneladas de mamão foram produzidas somente em Visconde do Rio Branco em 2019.  

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A fruticultura é usada tanto para o consumo fresco de frutas como também para a produção de sucos, compotas, geleias e outros produtos alimentícios. A fruticultura foi a atividade que mais cresceu em termos percentuais nos últimos dez anos em Minas Gerais, sendo o estado o quarto produtor nacional e o maior produtor de morangos do país. Mesmo sendo o mineiro um grande consumidor de frutas, 63% desses alimentos comercializados no CeasaMinas vêm de outros estados ou países. O APL pretende mudar essa realidade e dar mais oportunidades para os produtores da Zona da Mata mineira. 

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De acordo com o coordenador técnico regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) em Viçosa, Deonir Luiz Dallpal, cerca de 90% dos produtores são agricultores familiares e mais de 140 municípios estão envolvidos na fruticultura, a qual tem como principais expoentes goiaba, banana, tangerina, laranja, limão, maracujá e manga. Para ele, a região tem algumas vantagens competitivas importantes que podem contribuir para a efetivação do APL: produtores já inseridos; condições de clima e solo favoráveis; remuneração adequada por área cultivada; presença de instituições de ensino e extensão; parque industrial instalado; e capital político (incluindo iniciativas municipais). 

APL da Fruticultura pode contribuir para solucionar problemas 

O diretor de Arranjos Produtivos Locais e Cooperativismo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando Barbosa, disse que a Zona da Mata já é um polo pela pujança dessa atividade, mas que para avançar nesse processo é importante que a região consiga o reconhecimento formal desse órgão como um APL. Para ele, o arranjo vai garantir que as políticas do Governo e das entidades cheguem aos agricultores, levando oportunidades, capacitação, informação e fomento. 

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Alguns dos municípios que serão beneficiados com a criação do arranjo são os que já fazem parte do polo: Astolfo Dutra, Coimbra, Dona Euzébia, Ervália, Guidoval, Guiricema, Miraí, Paula Cândido, Rodeiro, São Geraldo, São Sebastião da Vargem Alegre, Ubá, Viçosa e Visconde do Rio Branco, sendo Visconde do Rio Branco o município-sede. 

Falta mão de obra para a fruticultura

Entre as principais queixas dos produtores estão a invasão de pragas na atividade, a precariedade das estradas e a falta de mão de obra especializada para adubação, poda e outros procedimentos. A respeito dessas questões, o chefe do Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa, Ricardo Silva Santos, afirmou que a UFV pode contribuir com a fruticultura, auxiliando nas áreas de engenharia e tecnologia de alimentos; controle de pragas e doenças, melhoramento genético e resistência às mudanças climáticas; e ainda, preservação das colheitas e da qualidade das frutas. Por isso, o professor defende a importância dos produtores se organizarem em cooperativas e outras associações. 

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