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Jardim Botânico recebe sementes de espécies ameaçadas para projeto de reflorestamento

Jardim Botanico Leonardo Costa
Jardim Botânico recebe sementes de espécies ameaçadas para projeto de reflorestamento
Sementes serão plantadas em viveiro do Jardim Botânico e transferidas para pontos do local e da Fazenda Experimental da UFJF (Foto: Leonardo Costa)
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Em meio aos efeitos da crise climática e ambiental que assolam o planeta e que foram pauta de discussões na Cúpula do Futuro na ONU durante toda a semana, o Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) deu um importante passo em suas iniciativas de conservação ambiental.

Na última semana, o local recebeu mais de 1,3 kg de sementes de seis espécies de árvores da Mata Atlântica, incluindo três em risco de extinção. O envio foi realizado pelo Jardim Botânico Municipal de Bauru, em São Paulo, como parte de uma parceria com a Botanic Gardens Conservation International (BGCI), do Reino Unido, e a Aliança Brasileira de Jardins Botânicos.

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Entre as espécies recebidas estão o jequitibá-branco (Cariniana Estrellensis), conhecido por ser a maior árvore da Mata Atlântica; o cedro-rosa (Cedrela fissilis), classificado como vulnerável à extinção; e o ipê-tabaco (Zeyheria Tuberculosa), também listado como vulnerável em algumas regiões do Brasil. Além delas, o pau-marfim (Balfourodendron riedelianum); o tingui (Magonia Pubescens) e o olho-de-cabra (Ormosia arborea) compõem o grupo de espécies que irão reforçar as ações de reflorestamento.

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“O recebimento dessas sementes é fundamental para ações de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. As espécies estão adaptadas às condições climáticas e ao solo da região, o que as torna mais resistentes a pragas e doenças”, explicou o diretor do Jardim Botânico da UFJF, Breno Moreira.

O cedro-rosa está incluído na lista de plantas vulneráveis à extinção do Ministério do Meio Ambiente (Foto: Leonardo Costa)

Educação ambiental e preservação

Pau-marfim é comum nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, e cresce de 15 a 35 metros em altura (Foto: Daniel Grasel)

As sementes recebidas serão cultivadas em viveiros, onde terão o ambiente ideal para germinar e crescer. Após o período, as mudas serão transplantadas para locais estratégicos no Jardim Botânico e na Fazenda Experimental da UFJF, localizada no Bairro Chapéu D’Uvas. Além disso, o projeto terá atividades de educação ambiental, envolvendo a comunidade local para conscientizar sobre a importância da biodiversidade e do reflorestamento.

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“O projeto vai além da restauração de ecossistemas. Ele tem um impacto social ao engajar as pessoas na proteção do meio ambiente, criando um ciclo sustentável de conhecimento e ação”, acrescentou Moreira.

Espécies ameaçadas e seus benefícios

Segundo a UFJF, o cultivo dessas árvores não apenas contribui para a conservação da biodiversidade, mas também traz uma série de benefícios ambientais. As árvores nativas ajudam a sequestrar carbono, combatendo as mudanças climáticas, além de preservar recursos hídricos e proteger o solo.  O projeto da universidade também destaca que as árvores oferecem habitat e alimento para a fauna regional, ajudam a preservar a cultura local e o patrimônio genético.

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Parcerias fortalecem conservação

A ação faz parte de um esforço colaborativo entre diversas instituições. Para Moreira, o trabalho em rede é essencial: “O trabalho cooperativo entre jardins botânicos potencializa os esforços em conservação e educação ambiental, permitindo a troca de conhecimentos, experiências e recursos.”

A parceria fortalece a atuação da UFJF em projetos de restauração de ecossistemas e educação ambiental relativos à biodiversidade da Mata Atlântica. Além desta, a instituição já teve projetos aprovados na BGCI em colaboração com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como a criação de um cactário e a capacitação de pessoal.

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