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MST planta novo bosque em assentamento em Visconde do Rio Branco

MST Divulgacao assentamento
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Integrando as celebrações dos 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Assentamento Olga Benário, localizado em Visconde do Rio Branco, a cerca de 120 quilômetros de Juiz de Fora, irá plantar um bosque com 40 árvores no espaço. A ação acontece neste sábado (23), durante a Festa da Colheita do Feijão, tradicional da cultura camponesa, que promoverá também a troca de sementes e mudas, bem como atrações culturais.

O bosque inaugurado pelo MST da Zona da Mata será batizado de “Paulo Freire”, em homenagem ao educador e filósofo brasileiro. Além das festividades do movimento, a iniciativa remete, também, ao Dia da Árvore, celebrado nessa quinta-feira (21), e ao plano nacional do MST, nomeado “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”. O projeto prevê a plantação de 100 milhões de árvores em dez anos nos territórios da reforma agrária em todo o Brasil.

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“Uma das nossas ações vem sendo contribuir para o processo de preservação. Quando cuidamos da terra e reflorestamos, estamos produzindo também água, produzindo vida, e um dos nossos princípios é a defesa do meio ambiente, dos bens naturais e de uma alimentação saudável”, explica Michelle Capuchinho, que integra a coordenação regional do MST.

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A celebração da produção do feijão na região integra a proposta da alimentação saudável, considerando que o movimento local é o maior produtor da leguminosa do MST em Minas Gerais, conforme Michelle. “É um alimento tão fundamental para nós, um alimento que não é commodity, que não é de interesse do mercado internacional, igual é para o nosso país”, diz. “[A Festa da Colheita] é uma forma de apresentarmos o produto que fazemos enquanto reforma agrária, que é a devolução de alimentos saudáveis. É importante fazer um convite para quem quiser conhecer o MST. A reforma agrária vem contribuindo para a preservação ambiental e para a defesa do alimento saudável.”

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Respeito aos recursos naturais

Diante dos efeitos do aquecimento global, com alertas de ondas de calor e o inverno atípico registrado em 2023, a integrante da coordenação regional do MST acredita que a pauta do movimento, o projeto de reforma agrária e o desenvolvimento da agricultura familiar se mostram como caminhos de enfrentamento aos efeitos climáticos e de defesa do meio ambiente.

“A reforma agrária popular é o projeto que nós defendemos enquanto Movimento Sem Terra e, através dele, cultivando e respeitando a terra, respeitando os recursos naturais e utilizando-os para atender as necessidades humanas, é possível pensarmos em um processo de projeto de sociedade que atenda o que é mais importante para nós, que é a vida”, aponta. “É preciso entender como nós, enquanto seres humanos, nos relacionamos com a terra e com a natureza de forma a extrair vida dela, e não destruição.”

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‘Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis’

Em 2020, o MST lançou o plano nacional “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”, cuja meta é plantar 100 milhões de árvores a fim de realizar um trabalho de recuperação ambiental nos espaços da reforma agrária. O projeto se alinha à produção de alimentos saudáveis, tendo como objetivo questionar o modelo do agronegócio e refletir sobre seus impactos ao meio ambiente. Até o final de 2022, o MST já havia plantado 10 milhões de árvores pelo país, entre nativas e frutíferas de cada bioma.

Na região da Zona da Mata, a atuação do MST nos assentamentos tem contribuído para a preservação da Mata Atlântica com as ações de plantio de árvores. “O Assentamento Denis Gonçalves é uma reserva da Mata Atlântica, onde a nossa área de preservação ambiental é maior do que Ibitipoca. Só cuidar disso, para nós, já representa muito. Aqui na região, estamos plantando em todas as atividades: aniversários de assentamento, mutirões. Em Juiz de Fora, temos um plantio solidário que está sempre também nesse processo de plantar árvores”, explica Michelle.

O projeto do Plantio Solidário, por exemplo, já doou meia tonelada de alimentos para famílias em situação de insegurança alimentar. O projeto realiza o plantio de alimentos com o objetivo de ajudar na redução dos impactos da fome na região da Zona da Mata. A Festa da Colheita do Feijão acontece neste sábado no Assentamento Olga Benário, localizado na Zona Rural de Visconde do Rio Branco (BR-120, Km 669), a partir das 9h. O evento é aberto ao público.

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