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Produtores rurais recebem incentivo para reflorestamento na Zona da Mata

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O programa tem o objetivo de promover o crescimento de um bilhão de árvores em 400 mil hectares até 2030, e a AmaJF foi selecionada para participar, realizando ações de plantio e monitoramento na Zona da Mata (Foto: Felipe Couri)
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Desde 2021, a Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AmaJF) tem desenvolvido o Projeto Carbono, em parceria com a The Nature Conservancy (TNC) e o Mercado Livre, com a intenção de incentivar produtores rurais que abrigam grandes áreas de preservação ambiental em suas propriedades a proteger e aumentar esses espaços, por meio da criação de reservas particulares de patrimônio natural (RPPN). Para que os trabalhadores plantem mais árvores, a entidade oferece recursos financeiros, através do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), e ferramentas de plantio, como mudas, adubos e outros insumos. A expectativa é de que, no futuro, o projeto passe a gerar crédito de carbono.

A iniciativa faz parte da campanha Restaura Brasil da TNC que busca engajar pessoas, empresas e Governos na restauração florestal da Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. O programa tem o objetivo de promover o crescimento de um bilhão de árvores em 400 mil hectares até 2030, e a AmaJF foi selecionada para participar, realizando ações de plantio e monitoramento na Zona da Mata.

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Para se ter uma ideia da importância de estimular a preservação nesses locais, estudo de 2021 realizado pela Embrapa Territorial, com base em dados do Censo Agropecuário 2017 e do Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), mostrou que as áreas dedicadas à preservação da vegetação nativa em propriedades rurais somam 282,8 milhões de hectares, o que representa 33,2% do território brasileiro.

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“Na pandemia, a demanda de consumo aumentou, e os nossos parceiros sentiram necessidade de compensar as emissões de carbono que eles estavam gerando. Por isso, surgiu a ideia de plantar árvores para neutralizar carbono. Nós somos mais próximos de produtores rurais, facilitando esse diálogo, e temos ajuda para plantar árvores. O Restaura Brasil favorece a iniciativa daquele produtor que protege mais do que o obrigado”, diz Theodoro Guerra, presidente da AmaJF.

Mais de 500 hectares preservados

A AmaJF realizou um pré-cadastro com 160 produtores na região que se encaixavam no perfil procurado, no entanto, como a demanda era alta, o recurso foi distribuído para 26 trabalhadores até o momento, espalhados nos municípios de Juiz de Fora, Belmiro Braga, Matias Barbosa, Santos Dumont e Olaria. “Durante o cadastro, nós fazemos uma conscientização para que os produtores permaneçam nas ações de proteção e, mesmo que eles não estejam contemplados com o PSA agora, pode ser que no futuro nós consigamos atender diante de novas parcerias.”

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Mais de 500 hectares estão sendo protegidos pelo projeto, e a maioria dessas áreas verdes fica localizada fora de Juiz de Fora. As mudas e os insumos são doados para o produtor, que irá fazer o plantio. Depois dessa etapa, a associação continua monitorando de perto a situação das reservas e orientando as ações dos produtores. O projeto foca na restauração da Mata Atlântica, por isso, são usadas apenas espécies nativas da região.

Reflorestar pelos próximos 20 anos

Um dos objetivos da associação é ampliar a área de proteção ao redor do Parque Estadual da Serra Negra, localizado na região de Lima Duarte, Olaria e Santa Bárbara do Monte Verde. “As propriedades em torno do parque acabam exercendo função de tampão de proteção, minimizando os efeitos negativos.”

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Theodoro explica que a expectativa é de que o projeto dure pelo menos 20 anos para observar o ganho de massa florestal através do monitoramento dessas áreas, que possibilite um futuro pagamento de crédito de carbono. Embora a ideia tenha sido criada em 1997, durante o Protocolo de Kyoto, só agora o crédito de carbono tem ganhado mais atenção, e empresas têm apostado no reflorestamento como negócio promissor.

O modelo funciona da seguinte forma: a cada tonelada de dióxido de carbono não emitida, um crédito é gerado e pode ser comercializado entre países, empresas, organizações e indivíduos. “O que nós esperamos é que não seja somente ação de compensação, ou seja, plantar árvores para compensar alguma emissão de poluentes, nós esperamos que haja redução do desmatamento que também é uma maneira de validar o crédito de carbono”, deseja Theodoro.

Sobre a AmaJF

A Associação pelo Meio Ambiente atua na região desde 1996, quando Theodoro, que é engenheiro agrônomo e mestre em Ecologia, buscou uma instituição que desenvolvesse ações de conscientização de meio ambiente para se filiar, mas como não encontrou, decidiu fundar uma, com o apoio de dois sócios.

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Anualmente, cem mil mudas são plantadas no viveiro da organização, localizado em terreno próximo à BR-040, no Bairro São Pedro. A maioria das mudas é destinada ao Projeto Carbono, entretanto, a associação desenvolve outras ações, como o Centro de Educação Ambiental, que leva estudantes até o viveiro para aprender sobre temáticas ambientais.

Atualmente, cinco pessoas fazem parte da equipe da Ama, além de voluntários. Quem tiver interesse em colaborar com o projeto basta ter disponibilidade e preencher cadastro por meio deste link.

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