E se um monte de gente interessada em cultivo orgânico se juntasse para criar uma iniciativa que unisse consumidores, produtores e técnicos em prol de uma alimentação mais saudável em um mundo mais sustentável? Essa é a ideia que move a associação Mogico (no Instagram, @mogicojf/), uma iniciativa de comercialização conjunta que foi fundada em novembro de 2013 e, atualmente, reúne 18 produtores rurais da Zona da Mata. Além do caráter ambiental, a associação também tem o objetivo de incentivar a economia local, já que cerca de 70% dos produtos comercializados são da região.
O nome diz tudo. Por trás da sigla “Mogico”, se revela o verdadeiro propósito da associação: Monte de Gente Interessada em Cultivo Orgânico. O projeto começou a partir de uma organização informal de pais e alunos da Paineira Escola Waldorf que queriam adquirir alimentos orgânicos através de compras coletivas. As vendas começaram na porta da escola mesmo, mas a procura cresceu e a necessidade de reunir e conscientizar agricultores locais para atender essa nova demanda também.
Hoje, o projeto conta com três atividades principais: a feira orgânica realizada aos sábados, das 8h ao meio-dia, na Praça do Bom Pastor; o serviço de cesta coletiva; e o Dia Agroecológico. Esse último tem o objetivo de promover cursos, capacitação e palestras para divulgar as práticas sustentáveis e incentivar a produção e o consumo de alimentos orgânicos e agroecológicos em Juiz de Fora e região.
“Esses projetos são muito importantes e necessários, pois apresentam soluções que beneficiam o meio ambiente e a sociedade como um todo, além da desempenhar funções sociais correlatas aos da Organização das Nações Unidas (ONU)”, afirma o presidente do Mogico, Waltencir Carlos da Silva.
Feira Orgânica Mogico
Há seis anos, a feira orgânica do Mogico tem hora e local fixo. Quem aparece por lá pode encontrar desde verduras, legumes e frutas sem agrotóxicos até flores comestíveis orgânicas. A feira também é um espaço de conexão entre produtores e consumidores, fortalecendo a rede de colaboração. Em alguns dias, o Mogico também organiza outros eventos dentro da feira, como adoção de animais, coleta de lixo eletrônico, ioga e orientações de uma nutricionista para incentivar o consumo integral de alimentos e a importância da nutrição infantil.
“A Feira Orgânica Mogico desempenha uma função social importante ao fomentar a alimentação saudável e sustentável. Por meio da venda de produtos orgânicos certificados, a feira valoriza a agricultura familiar e fomenta a economia local, proporcionando um espaço para pequenos produtores associados e certificados a comercializarem seus produtos diretamente com os consumidores. Isso ajuda a criar uma cadeia produtiva mais justa e sustentável, beneficiando tanto os produtores quanto os consumidores”, explica Waltencir.
Cesta coletiva
Para os consumidores que não conseguem ir até a feira, existe a opção de compra on-line da cesta coletiva com mais de 300 variedades de produtos que são entregues em casa. Desde o primeiro pedido, que aconteceu em março de 2020, mais de 746 pessoas de Juiz de Fora já utilizaram, pelo menos uma vez, o serviço. Até o momento, já foram entregues 7.950 cestas coletivas.
A cesta foi criada como uma alternativa de continuar apoiando os produtores associados e ao mesmo tempo atender os clientes durante a pandemia de Covid-19. Os pedidos podem ser feitos pelo site do projeto (cesta.mogico.eco.br) ou através do WhatsApp (32) 99840-9940, no horário entre 18h de sábado até 23:59h de domingo. As entregas acontecem toda terça, das 9h às 16h, com opção de retirada no Bairro Cascatinha, Zona Sul de Juiz de Fora.
Para Waltencir, a feira é uma maneira de manter a diversidade agrícola e preservar a cultura local. “Muitas vezes, os produtores familiares cultivam variedades tradicionais que são bem adaptadas às condições locais e que são importantes para a segurança alimentar e a biodiversidade. Ao apoiar a agricultura familiar, os consumidores ajudam a garantir que os produtores tenham meios para que possam continuar a produzir alimentos orgânicos, e consequentemente contribuem para a saúde da população, para o meio ambiente e para a diversidade agrícola, bem como para a justiça social e econômica.”