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Professor une diversão e ensino ao levar crianças para aula em estação meteorológica

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Estudar conceitos e fenômenos naturais pode ser uma tarefa abstrata e até difícil de entender, mas quando o conteúdo transpassa a sala de aula e é colocado de forma prática no dia a dia dos alunos, o resultado tende a ser diferente. Exemplo disso é o projeto desenvolvido pelo professor de Geografia Renan Tristão em escolas estaduais da Zona da Mata mineira, que leva estudantes a estações meteorológicas para ter aulas. “Para os alunos é muito importante ter aula prática para entender a aplicação desses conceitos, de clima e tempo, na vida real.”

O professor acredita que essa experiência, para além do que se aprende na sala de aula tradicional, permite aos alunos um maior entendimento do meio em que vivem e desperta o interesse na área. “A estação é o único equipamento capaz de fazer esses registros de forma confiável. Com esses dados, depois de muitos anos de acompanhamento, nós conseguimos ter um conhecimento sobre o tipo de clima de determinada região”, diz. Renan aponta que as temperaturas mais baixas da Zona da Mata podem ser registradas em Ibitipoca e um dos objetivos é comprovar isso.

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Por muitos anos, um dos pontos mais frios da Zona da Mata mineira, com altitudes que variam entre 1.200 e 1.784 metros, ficou sem uma estação meteorológica para produzir dados de interesse da comunidade e do turismo da região. O Distrito de Conceição do Ibitipoca começou a ter suas temperaturas registradas a partir de uma iniciativa do professor de Geografia que, com o apoio da Escola Estadual Adalgisa de Paula Duque, montou um projeto para arrecadar recursos financeiros para a instalação de uma plataforma no distrito.

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Para o professor Renan Tristão, a experiência permite aos alunos maior entendimento do meio em que vivem, além de despertar o interesse na área (Foto: Arquivo pessoal)

Aula prática

Quando o equipamento foi adquirido, o professor levou os alunos para terem aula prática com o instrumento. Os próprios estudantes operavam o sistema, medindo a temperatura, a pressão atmosférica e a umidade relativa do ar, e tiravam conclusões do material coletado com base nas aulas anteriores ministradas em sala de aula. A partir do conteúdo captado em campo, o docente consegue aprofundar outros temas, como a análise geográfica do local e os fenômenos urgentes, como as mudanças climáticas.

“Em Juiz de Fora, graças ao equipamento instalado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na Universidade Federal de Juiz de Fora desde 1973, é possível entender o que está acontecendo com o clima da nossa cidade, que segue uma tendência de aquecimento, assim como em várias outras regiões do mundo. Daqui há uns anos, será possível analisar se o mesmo acontece em Ibitipoca”, observa.

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Renan conta que essa era uma necessidade da comunidade, mas também do próprio Parque Estadual do Ibitipoca, que utiliza os dados para divulgar informações aos turistas. “A administração do parque utiliza muito a estação para tomar decisões nos casos de chuvas fortes que podem causar risco à população, nos dias em que faz muito sol e o índice ultravioleta está muito alto ou quando a umidade está baixa, oferecendo risco de incêndio”, exemplifica.

O próximo passo é aplicar a mesma dinâmica com alunos das escolas estaduais Hermenegildo Vilaça, em Grama, região Nordeste de Juiz de Fora, e Carlos Henrique Ribeiro dos Santos, em Goianá, município vizinho. Além disso, a direção do Parque de Ibitipoca também encomendou um projeto para o professor de implementação de uma estação meteorológica dentro da reserva.

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