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Fazenda mineira promove projeto de capacitação em agricultura regenerativa para a produção de café

fazenda
(Foto: Divulgação/Eduardo Acevedo)
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O Brasil é o segundo país que mais consome café no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), os brasileiros consumiram 21,9 milhões de sacas em 2024, representando um crescimento de 1,1%. Por isso, é fundamental refletir sobre os modos de produção de um dos produtos mais consumidos no país. Um café sustentável contribui não só para um menor impacto no meio ambiente, mas também traz benefícios econômicos e sociais. Com o objetivo de capacitar pessoas interessadas neste cultivo, a Fazenda Cachoeira promove o projeto “Residência Regenerativa”, voltado para produtores que buscam entender mais sobre as práticas da agricultura regenerativa na produção de café. A iniciativa acontece entre 12 e 14 de setembro, e as inscrições podem ser feitas por meio deste link

O encontro pretende trabalhar os temas solo, água e planta. Os participantes terão a oportunidade de discutir técnicas de produção de bioinsumos, multiplicação de microrganismos benéficos, gestão da água, manejo do solo, plantas de cobertura, controle integrado de insetos não-desejáveis na cultura do café, além de debater sobre o mercado e tendências de consumo dos cafés especiais. O projeto é baseado em três pilares: Agricultura Regenerativa, Qualidade do Café e Desenvolvimento Humano, Social e Cultural. A proposta é aliar teoria e prática para que os participantes possam adquirir conhecimentos que fortalecerão e tornarão seus projetos de produção de café mais resilientes. 

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A Fazenda Cachoeira produz alimentos orgânicos desde 1990. A vontade de compartilhar todo o conhecimento adquirido durante esse tempo fez com que os proprietários criassem o projeto Residência Regenerativa. A iniciativa é oferecida durante diferentes momentos da cafeicultura durante a primavera, verão, outono e inverno. “Isso permite que os participantes acompanhem etapas cruciais do cultivo do café, apoiados por três pilares: sustentabilidade, equidade e qualidade. Com a Residência Regenerativa, buscamos promover e ampliar um impacto positivo na “agro-eco-cultura”, fortalecendo práticas sustentáveis e enriquecendo a conexão entre pessoas e a natureza”, diz a proprietária da Fazenda Cachoeira, Miriam Monteiro de Aguiar. A experiência é paga, mas são oferecidas algumas bolsas gratuitas sob o seguinte critério de seleção: mulheres, jovens com menos de 28 anos em sucessão familiar e afrodescendentes. 

A proprietária afirma que depois de quase 40 anos de práticas agrícolas, ela reconhece que o modelo atual, baseado no agronegócio e na utilização de químicos tóxicos, já não é viável. “Enfrentamos o grande desafio da mudança climática na produção de alimentos. Ao longo dos anos, entendemos que, dentro de nossa realidade regional (bioma), alguns processos funcionam, enquanto outros não, na busca pela regeneração e sustentabilidade. Por isso, estabelecemos o Instituto Fazenda Cachoeira, com o objetivo de aproximar ainda mais o ensino e a pesquisa, fomentando e catalisando processos de mudança.”  

A história da Fazenda Cachoeira

(Foto: Divulgação/Eduardo Acevedo)

A Fazenda Cachoeira está localizada em Santo Antônio do Amparo, no Campo das Vertentes, e sua história tem início em 1830, quando Pedro Ferreira recebeu da coroa de Portugal uma sesmaria (porção de terra concedida pelo governo português, especialmente durante o período colonial, para ser cultivada e explorada, geralmente com a obrigação de que o beneficiário a desenvolvesse e ocupasse). Naquela época, a fazenda já contava com duas lavouras de café plantadas e funcionava em caráter de subsistência. Atualmente, a fazenda é administrada por Miriam Monteiro de Aguiar, a sexta geração da família, e seu companheiro Rogério Daros, que estão à frente de projetos focados em agricultura orgânica e regenerativa. 

Hoje, a Fazenda Cachoeira não apenas produz cafés especiais, mas também recebe visitantes como uma hospedaria, promovendo experiências que envolvem o desenvolvimento humano, a cultura e a agroecologia, através do Instituto Fazenda Cachoeira. Além da Residência Regenerativa, a propriedade desenvolve uma série de programas voltados para a experiência com cafés. Um deles é o CoffeeCamp voltado para atender não apenas produtores de café, mas também baristas, proprietários de cafeterias e amantes do café. Durante o CoffeeCamp, são oferecidas experiências que abrangem todo o ciclo do café, desde a colheita até a torra, passando por métodos de preparo e insights sobre o mercado. 

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“Acreditamos que, por meio de nossas iniciativas, estamos contribuindo significativamente para a transformação do mundo do café. Ao educar e envolver diferentes públicos, promovemos a conscientização sobre práticas sustentáveis e regenerativas, fortalecendo a cultura do café de forma holística. Nosso objetivo é cultivar não apenas cafés de alta qualidade, mas também um ecossistema colaborativo que valoriza a equidade social e o respeito ao meio ambiente. Assim, estamos não apenas transformando a maneira como o café é produzido, mas também como ele é apreciado e entendido por todos”, aponta Miriam. 

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