É muito comum escutar que as crianças são o futuro do planeta, mas não é tão frequente assim ver ações que os ensinam a como construir um amanhã sustentável. Há sete anos, o projeto de extensão Recicle, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acredita que a educação é a ferramenta fundamental para promover diálogos sobre questões ambientais e provocar mudanças na sociedade. Neste mês, a iniciativa firmou parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e, através de recursos de emenda parlamentar da vereadora Laiz Perrut (PT), serão desenvolvidas ações de educação ambiental em 16 escolas municipais.
A proposta do Recicle é divulgar o conhecimento de técnicas sustentáveis por meio da troca de saberes com a comunidade para além da academia. É na escola que se aprende muito do que somos, e o projeto tem o objetivo de colaborar na formação de pessoas com consciência ambiental. Ao longo de um ano, profissionais e alunos da UFJF, de graduação e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária, irão trabalhar com temas como resíduos e recursos, reciclagem, responsabilidade compartilhada, consumo consciente, sustentabilidade e sociedade, por meio do uso de diferentes estratégias, ferramentas e recursos didáticos adaptados à realidade de cada escola.
O professor de engenharia ambiental e sanitária da UFJF e coordenador do Recicle, Samuel Castro, acredita que essas ações têm efeito multiplicador e positivo não apenas nas escolas, mas também em toda a comunidade, já que os alunos repassam o conhecimento adquirido para a família e os amigos. “As atividades mobilizam e despertam a consciência ambiental para uma mudança de cultura que promove qualidade de vida e um meio ambiente mais saudável.” Além disso, o professor ressalta que o projeto ajuda a atender uma demanda legal estabelecida na Política Nacional de Resíduos Sólidos e cumprir metas do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Juiz de Fora.
“Estamos trabalhando com educação ambiental, mudança de cultura, plantando essa semente nas boas ações e mobilizando as crianças. Temos como diretriz, ainda, trabalhar a educação ambiental no viés da pesquisa, com o envolvimento de alunos de graduação e pós-graduação, a partir de uma metodologia robusta que, além de promover a formação e capacitação de recursos humanos, poderá gerar resultados bem fundamentados, de credibilidade, que servirão como referência para outros contextos”, aponta Samuel.
Oito escolas
As atividades já tiveram início, e essa primeira etapa do projeto acontece em oito escolas municipais: Dante Jayme Brochado, no Bairro Santo Antônio; José Calil Ahouagi, no Marilândia; André Rebouças, no Milho Branco; Teodoro Mussel, no Nossa Senhora das Graças; Santa Cândida, no Santa Cândida; Lions Centro, em Graminha; Cossete Alencar e Centro de Educação de Jovens e Adultos Doutor Geraldo Moutinho (CEM), no Centro.
Coleta de recicláveis e eletrônicos
Os temas são expostos de diferentes formas, como através de aulas expositivas, recursos audiovisuais e uso de estratégias de gamificação e de bate-papo para chamar a atenção dos alunos. Além disso, fora da sala de aula, os estudantes podem manter contato e tirar dúvidas por meio do perfil @recicleufjf, no Instagram, que publica conteúdos de divulgação científica. “Nós temos também atividades práticas em que os alunos participam ativamente do processo de produção do conhecimento e na identificação dos diferentes tipos de materiais recicláveis.”
A iniciativa também levou contenedores de lixo, que ficarão instalados nas escolas, para que a coleta de recicláveis e eletrônicos pudesse acontecer. Algumas atividades são construídas em parceria com os professores das escolas, e a instituição de ensino fica responsável por multiplicar a ideia da coleta seletiva e destinar de forma correta o material produzido na escola.
Para a diretora-geral do Demlurb, Ana Luísa Guimarães, a iniciativa tem uma grande importância para a cidade. “Assim como já trabalhamos para oferecer a coleta seletiva para 90% do município, buscamos sempre levar Juiz de Fora mais longe, e que possa ser referência em gestão de resíduos sólidos. Esse projeto faz parte do nosso compromisso e responsabilidade com a gestão ambiental para garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.”