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Mesmo com pandemia, voluntários se mobilizam em ações de Natal em JF

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Tradicionalmente, ano após ano, Juiz de Fora realiza diversas campanhas solidárias de Natal. Por conta da pandemia do coronavírus, 2020 foi um ano atípico e difícil para todos, dos que auxiliam nas iniciativas até os beneficiados, geralmente uma população mais vulnerável. A rotina de todos mudou, mas a situação das pessoas carentes permaneceu – ou endureceu ainda mais. Apesar de reduzidas, as campanhas natalinas de 2020 inspiram ações humanizadas na cidade para manter o espírito de fraternidade e esperança. A Tribuna ouviu duas mulheres que, através da iniciativa solidária, contribuem de maneira positiva para transformar o 25 de dezembro de algumas famílias da cidade.

Meta do Lupa Mutirão era arrecadar kits de material escolar para jovens que seguem estudando de casa (Foto:Divulgação)

Como é o caso da jovem arquiteta Mariana Camillo, de 26 anos, uma das fundadoras do Lupa Mutirão, equipe de trabalho voluntário que presta assistência e visibilidade aos grupos sociais vulneráveis através de campanhas de arrecadações e mutirões. O projeto nasceu a partir de uma iniciativa com amigos da faculdades, focados em realizar ações constantes nas mais diversas frentes. Atualmente, a Lupa conta com 44 participantes, a maioria jovens, atuantes em diversas iniciativas sociais. ” Dessa vez tivemos que pensar em como poderíamos realizar ações sem envolver muitos participantes da Lupa. Desenvolvemos, então, a campanha de arrecadação de material escolar para as crianças da Escola Municipal Padre Wilson, no Bairro Igrejinha, e a Escola Municipal Jesus de Oliveira, no Ipiranga”, conta Mariana.

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Diante da mobilização, no entanto, houve uma surpresa: “Tínhamos uma meta e finalizamos a arrecadação com o dobro do que imaginávamos”. A jovem conta que, graças à mobilização social, 200 crianças foram presenteadas com kits de material escolar. “O principal objetivo era proporcionar algum tipo de incentivo para os alunos que estão enfrentando dificuldades em manter o ensino a distância. Nosso maior objetivo é torcer para que, como as aulas remotas irão permanecer, essas crianças não abandonem os estudos nessa época tão delicada”, acrescenta.

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Como a campanha alcançou uma arrecadação superior ao esperado, as crianças da Escola Municipal Padre Wilson receberam também doações de brinquedos, além de artigos de higiene pessoal. Mariana conta, que desde 2018, a Lupa participa também da organização do almoço de Natal da Fundação Maria Mãe, inciativa que serve refeição para pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade social. “A ação respeitou os protocolos de segurança da Covid-19. Contamos com oito membros que fizeram parte da nossa ajuda anual na Fundação.”

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Nem ataque cardíaco tira a Mamãe Noel de cena

A aposentada Margarida Maria Gomes, 64 anos, se veste de Mamãe Noel há 36 natais. Na semana festiva, distribuí lanches e brinquedos para cerca de 1.500 crianças de alguns bairros, como Jardim Natal, Amazônia e Milho Branco, além da Zona Rural, onde já morou. Neste ano, além da pandemia, Margarida encontrou-se em uma situação ainda difícil. No dia 21 de novembro, sofreu um ataque cardíaco, precisando ser socorrida e transferida para a UPA Norte. “Fiquei desesperada, ficar doente justamente na época que preciso fazer mais para a campanha de Natal”, conta ela, que, mesmo doente, esbanjou amor e dedicação, tal como faz todos os anos.

A Mamãe Noel Margarida superou um ataque cardíaco em novembro e espera distribuir os brinquedos neste dia 24 (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

“Já são 36 anos realizando essas festas e levando o carinho para as crianças. A cada bairro que eu morava, pegava aquela turma para somar na campanha.” Por outro lado, aumentou também o número de crianças que ela queria atender, ainda mais depois que tomou conhecimento de crianças da Zona Rural que não recebiam presentes. “Muitas dessas pessoas contam apenas com a minha ajuda”, revela. Atualmente, segundo a Mamãe Noel, a inciativa se estende até Lima Duarte. Entretanto, a distribuição deste ano será um pouco diferente. Ao invés de receber as crianças na porta de sua casa, a voluntária irá até as crianças para entregar os presentes.

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600 presenteados

Dona Margarida fala que a campanha de 2020 foi atípica. Por ser do grupo de risco e com os horários mais restritivos do comércio, a ida às lojas para a compra dos presentes foi dificultada, principalmente depois da hospitalização. “Queríamos alegria total, mas creio que as crianças ficarão felizes do mesmo jeito, temos muito carinho para oferecer”, almeja ela, que, tradicionalmente, durante a distribuição dos presentes, oferece também lanches e pula-pula para as crianças.

LEIA MAIS: Em nome da doação: a história da Mamãe Noel Margarida

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Mesmo com todos os obstáculos, ela se orgulha em dizer que cerca de 600 meninos e meninas receberão seus presentes na véspera de Natal. A previsão é de que ela visite os bairros Milho Branco, Amazônia, Náutico, além do Distrito de Valadares. Já fora do munícipio, deve ir a Lima Duarte, Capoeirão e Vila Gomes. Já visando as próximas campanhas, a Mamãe Noel compartilha planos para seguir aumentando o número de crianças visitadas por ela. “Espero que ano que vem seja melhor, tenho certeza, na verdade. Estou pronta para muitos anos de trabalho como Mamãe Noel, mas sem pandemia”, finaliza.

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