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Medalhista pan-americana busca doações de tênis para jovens atletas

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“Medalha de bronze nos jogos Pan-americanos de Winnipeg, bicampeã da Maratona de São Paulo, tricampeã da prova noturna de 10km de Santiago (Chile), melhor brasileira nas edições da São Silvestre de 1997 e 1998”. No momento em que lista as conquistas da carreira, durante conversa com a Tribuna, a atleta Viviany Anderson faz uma pausa para logo depois mudar o tom de voz e emendar. “Na verdade, me considero mais treinadora do que atleta. É uma alegria vê-los se destacando. Meu maior troféu e ver eles completando as provas”, diz a esportista, que há 24 anos também se destaca no trabalho social junto a crianças e adolescentes da região.

O sucesso de cerca de 50 jovens, participantes dos grupos Mexa-se, de Chácara, e Ligeirinho, do Bairro Filgueiras, no entanto, vive um entrave relacionado a um dos itens fundamentais na prática da corrida: a troca dos calçados utilizados durante as atividades físicas. Como os tênis precisam ser trocados anualmente, Viviany vem pedindo ajuda para solucionar a questão antes do término de 2016. “Ano passado, conseguimos uma doação do grupo de corrida Correndo com as Amigas. No entanto, em função dos treinos e do desgaste natural dos calçados, já está na hora de trocá-los novamente”, diz.

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Há cerca de um mês, os itens passaram a se tornar ainda mais importantes, por conta de uma parceria firmada com o projeto Cria UFJF, que vem possibilitando aos jovens um treinamento diferenciado na universidade. Desde então, Mexa-se e Ligeirinho passaram a treinar também na Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid), uma vez por semana: “O bacana do treinamento na UFJF é que as crianças têm contato com outras modalidades do atletismo, como salto em distância e arremesso de peso. Como nem todas têm o interesse pela corrida em si, pode ser que acabem desenvolvendo uma aptidão maior em outra área. Agora, treinamos corrida uma vez por semana na região onde moram os meninos e também nos reunimos na pista da atletismo”, explica Viviany.

O deslocamento dos atletas mirins, que chega a aproximadamente 35 quilômetros às segundas-feiras, é facilitado pela empresa André Turismo, que concede um desconto aos garotos e garotas. Além da ajuda de parceiros, coordenadoras e voluntárias, como Marta Gomes, Mirian Riani, Cida Silva e Adriana Simões são nomes que ajudam a manter vivo o projeto.

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Você pode fazer parte

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Segundo Viviany, caso não seja possível a doação de itens novos, os usados, em bom estado de conservação, já atenderiam as crianças. “Não fazemos exigência de modelos. No entanto, como as crianças estão em fase de crescimento, é importante que o tênis doado, se já tiver sido usado, esteja em boas condições de uso. O calçado de uma pessoa com pisada torta, por exemplo, pode comprometer a passada daquele que receber o modelo. Ano passado, conseguimos cerca de R$ 1.700 em dinheiro, valor que nos ajudou a comprar modelos mais baratos, todos da mesma marca”, explica. Interessados em ajudar podem entrar em contato diretamente com Viviany, pelo telefone (32) 9 9803-3836.

Além da evolução técnica dos jovens, os tênis – e toda a prática esportiva em si – vem proporcionando uma nova forma de convívio entre crianças e adolescentes, que antes se rivalizavam, não no esporte, mas no dia a dia de suas comunidades. “Fazemos esse trabalho não só pelo lato competitivo, mas pelo desenvolvimento delas enquanto pessoas. É importante essa interação entre atletas de duas regiões diferentes, justamente para eles ficarem amigos, principalmente num local marcado por briga de gangues”, analisa. “No início, a gente via os meninos sentados separados no ônibus, Mexa-se atrás, Ligeirinho na frente. Agora a gente vê todo mundo socializando, conversando interagindo. A gente usa o esporte para isso, para socializar”, reflete.

 

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