Você vai a um casamento ou a um baile de formatura, se encanta com os arranjos de flores, mas depois que o evento termina, não se dá conta de que tudo acaba indo para o lixo. Incomodadas com esse desperdício e estimuladas a fazerem algo para ajudar o próximo, um grupo de colegas de trabalho de Juiz de Fora se uniu para dar um destino mais adequado aos ramalhetes, ramos, buquês e afins.
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Inspiradas pela iniciativa do Instituto Flor Gentil, de São Paulo, que reutiliza flores e as encaminha para instituições de assistência a idosos, as amigas Danielle Gerheim, Dayse Moraes, Lilian Jabour, Márcia Mendonça, Maria Fernanda Quirino, Joice Castilho e Polliana Martins decidiram fazer o mesmo e trazer a ideia para a cidade onde vivem. Foi assim que surgiu o Projeto Florir.
O grupo, composto pelas sete colaboradoras e cerca de 50 voluntários, começou a iniciativa reutilizando as flores de eventos realizados na própria empresa em que trabalham. A ideia foi ganhando força e, cerca de um ano depois de colocada em prática, passa a buscar parcerias com organizadores de eventos externos. “Até hoje já realizamos 35 entregas de flores, em 16 asilos da cidade. Em alguns, estivemos mais de uma vez. Dessa forma, já atingimos um universo de 591 idosos”, enumera Joice Castilho, uma das responsáveis pelo projeto.
Aos 75 anos, Laerte Mendonça, morador da Pousada Maria Veiga, localizada no Bairro Novo Horizonte, na Cidade Alta, diz que não se lembrava de ter recebido flores em outra ocasião: “Foi um momento muito agradável e inesperado.” Glória Albuquerque, carinhosamente chamada de Dona Glorinha, 73, foi outra moradora da casa que não escondeu a satisfação em ter sido presenteada. “Fiquei muito feliz. É um pequeno gesto que jamais cairá no esquecimento”.
“O cheiro das flores e a presença das meninas alegrou ainda mais nossa casa. Nossos residentes sentiram-se lembrados e amados”, analisa o sócio-administrador do espaço, Henrique Oliveira. “Estaremos sempre de portas abertas a ‘projetos do bem'”, destaca.
Como é feito o trabalho
De acordo com Joice, o grupo chega a empenhar cerca de seis horas para cada projeto de doação. Todas as tarefas são executadas na casa das próprias voluntárias ou no clube campestre do Sesi, que passou a ceder um espaço aos finais de semana para a execução do trabalho. “Além de buscar a doação, temos que refazer os arranjos, montar as garrafinhas ou os buquês e providenciar a entrega”, explica.
Ainda conforme ela, a maior dificuldade é receber a matéria-prima de forma espontânea. “Nosso objetivo é passar a pré-agendar o recebimento desses materiais. Porque há o trabalho de buscar as flores, prepará-las novamente e levá-las aos locais. Em maio, considerado o mês das noivas, por
exemplo, não conseguimos fazer nenhuma visita, por falta de flores”, lamenta.
Você pode fazer parte
Além das flores e de voluntários dispostos a ajudar no trabalho manual, o Florir também necessita de doações de materiais de papelaria, como tecido adesivado, papel celofane, elásticos, fitas decorativas, esponja vegetal para montagem de arranjos, caixas para transportar as flores e garrafinhas. “Entregamos os arranjinhos naquelas caçulinhas pets, que também são muito bem-vindas”.
O grupo não descarta a inclusão de novos voluntários, como fotógrafos para registrar os momentos de produção e entrega das doações. “Tudo o que fazemos é fruto de gente disposta a contribuir com sua habilidade, independe da área. A logo e o site, por exemplo, surgiram a partir do talento de um voluntário”, relata Joice.
Interessados em participar da ideia ou contribuir com doações de flores podem fazer contato pelo e-mail projetoflorirjf@gmail.com.
O trabalho do Projeto Florir pode ser conferido no Facebook, no Instagram e no site www.projetoflorir.com.br.
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