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Jorge Terror apresenta o espetáculo ‘Go Straight Ahead’ neste domingo

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Jorge Terror avisa que, durante o show, a plateia pode esperar lançamentos em primeira mão e misturas de gêneros (Foto: Jordan Pereira/ Divulgação)
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O guitarrista, compositor e cantor Jorge Terror traz o espetáculo “Go Straight Ahead” para o Teatro Paschoal Carlos Magno, neste domingo (30), às 19h. É a primeira vez do músico no palco do espaço e, para a apresentação, ele buscou um repertório selecionado, que inclui melodias que o marcaram nos 30 anos de carreira e que ele mesmo compôs, em um movimento crescente de entender seu lugar neste mundo. “Down the road of the blues”, “Disappear”, “Dirty kombi”, “Meu choro”, “After the beach” e “Tarde em Itapoã” são apenas algumas das que fazem parte da setlist. Ao longo do show, a plateia também pode esperar lançamentos em primeira mão, misturas de gêneros e uma maior maturidade do músico. As entradas podem ser adquiridas no Ingresso Digital.

Já são cerca de dois meses em que Jorge Terror e a banda que vai tocar com ele, composta por João Cordeiro na bateria, Adalberto Silva no baixo e Pablo García no piano e teclados, estão se preparando para a apresentação. A trajetória para chegar neste espetáculo, no entanto, antecede até mesmo essa data – remete a 2021, com o lançamento de seu primeiro álbum autoral (“Mind’s eyes”), aos anos 2000, quando começou a compor pela primeira vez, e também aos anos 80, quando teve o contato com a guitarra e começou a se dedicar à música. O resultado é uma progressão do que o músico passou e aprendeu, com todos esses anos. “São músicas autorais que já trabalho há muitos anos. É uma evolução desse repertório, quando fiz essas composições eu ainda não cantava. Fui vendo essa vertente e agreguei isso dentro do meu perfil”, explica.

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Há cerca de 15 anos, Terror se dedicava a um formato bem instrumental, porque acreditava que, conforme divisões mais clássicas, o guitarrista era somente o guitarrista – não podia ser também o vocalista. “Agora estou inserindo algumas músicas cantadas. Algumas são novas para o público, eu nunca cheguei a tocar. São novidades”, conta. O repertório do show, portanto, traz uma variedade de músicas, e foi elaborado ao longo desse amadurecimento do artista. “Me dediquei muito na parte melódica. Quero fazer músicas legais, interagir com as pessoas, para elas se sentirem confortáveis com as músicas que estão ouvindo. É um perfil diferente, é uma outra linha, vai misturar de tudo”, revela.

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Para ele, o início da sua própria trajetória como compositor foi melhorando a qualidade da sua criação. “Tem que ter o pontapé inicial, e aí suas ideias vão começando a aparecer, seu olhar vai ampliando. O meu processo instrumental hoje é de aperfeiçoamento, para eu ir colocando a minha voz nele”, diz. O seu maior desafio, como explica, é fazer “o instrumento falar, além da voz, para as pessoas guardarem”, mesmo com a ausência da palavra ou da voz. Ele conta, por exemplo, que em “You’re the woman of my life”, que compôs para Georgia Terror, sua esposa, e “Dirty Kombi”, para Henrique Terror, seu filho, o objetivo era esse. Fazer isso na era digital, em que ele enxerga um excesso de informações, exige um processo intenso de criar uma identidade, estudar e não se perder em meio à quantidade de distrações que existem.

Música sem gênero musical

O interesse pela música, para ele, teve início primeiramente com os Beatles, e logo aprendeu inglês escutando as músicas, enquanto testava os primeiros acordes no violão e na guitarra. Em seguida, conheceu Van Halen, que diz que mudou a sua vida. “Vi que eu queria aperfeiçoar minha parte técnica, vi um outro processo. Foi tudo clareando”, diz. Nesse processo de mergulho na música, os interesses não paravam de aparecer – também passou a gostar de MPB, de música clássica e foi diversificando seu repertório. É por isso que, para ele, não faz sentido ser um músico que pensa a partir de gêneros – inclusive, ele mesmo acredita que essas divisões são limitantes.

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Para exemplificar, cita uma entrevista recente que viu de Arnaldo Antunes, em que ele fala que os gêneros musicais não existem mais. “Meu show vai ter vários estilos, não tem um perfil propriamente dito. E eu cresci dessa forma, me interessando por música sem saber que existiam essas divisões. Era algo indiferente para mim”, explica.

Mudanças, percursos, aprendizados

Para quem o acompanha ao longo dessa jornada, Jorge revela o que mais mudou: a própria maturidade enquanto músico. “Sempre gostei de estudar, tocar, fui pra esse lado didático da música, sou professor, e chega um momento que você vai ficando mais musical e técnico”, explica. Ocorreu uma mudança de perfil, ao longo desse caminho, quando ele percebeu a necessidade de cantar através das próprias aulas que dá, enquanto professor de música.
Foi assim que, em sala de aula, viu a necessidade de cantar e de colocar palavras em suas composições, e pela primeira vez cantou “Down the road of the blues”. “Hoje, na minha didática, incentivo as pessoas a cantarem também. É o primeiro instrumento que você tem, que você pode usar, é uma ferramenta. Isso agrega valor à carreira”, explica. Para ele, não é possível separar totalmente os palcos da sala de aula, porque ele mesmo sempre usa o que ensina, e sempre aprende com esse contato. “Quero que meus alunos tenham liberdade com o instrumento, e possam ir fluindo músicas em cima disso”, diz. O que ele mais gosta, por isso mesmo, é deixar a própria marca no mundo, a partir de suas criações. “É algo perpétuo, que vai estar lá pra quem quiser escutar”, reflete.

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