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Audiência discute ações de combate à dengue em Juiz de Fora

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Taxa de ocupação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais, capacidade da força de trabalho dos agentes de combate a endemias, recolhimento de resíduos, uso de drones e “fumacê”, além da falta de vacina contra a dengue em Juiz de Fora foram os principais questionamentos levantando em audiência pública realizada na Câmara Municipal, nesta segunda-feira (26), que debateu as consequências do aumento de casos da doença em Juiz de Fora.

Além de parlamentares, estiveram presentes o Secretário de Saúde, Ivan Chebli, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Jonathan Ferreira Tomaz, e a gerente do departamento de Vigilância Epidemiológica, Louise Cândido. Outros representantes da Secretaria de Saúde, do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), da Vigilância Sanitária e da Defesa Civil também foram convocados, mas não compareceram. Apenas a Defesa Civil justificou a ausência. A audiência foi proposta pelo vereador Marlon Siqueira (PP), após a cidade apresentar alto risco de infestação de Aedes aegypti, de acordo com os dados do primeiro LirAa de 2024, que registrou índice de 5,1.

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O subsecretário de Saúde confirmou a alta lotação dos serviços de saúde, mas afirmou que a situação ocorre não somente pelos casos de dengue. “Temos, sim, percebido que os serviços de saúde estão lotados, mas não só pela dengue”. De acordo com dados divulgados pela pasta na ocasião, as arboviroses apresentam um índice de positividade de 27% na cidade. “É um situação problemática e desafiadora para a administração pública e para a sociedade”, completou.

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Com relação aos serviços hospitalares, Tomaz afirmou que os hospitais João Penido, São Vicente de Paulo, Ana Nery e Universitário serão utilizados como retaguarda para tratar casos graves de dengue, caso haja necessidade.

Quanto aos agentes empenhados no atendimento às residências, são 218 em campo, obedecendo o parâmetro que determina um agente por 800 a mil imóveis. “Lembrando que esse número de imóveis não é o trazido pelo Censo. O Programa Nacional de Combate à Dengue só quantifica imóveis de, no máximo, dois pavimentos. Prédios e outros acabam não entrando”, explica o subsecretário.

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Na reunião, ele também respondeu o questionamento que diz respeito ao Demlurb, sobre o recolhimento de entulho. Somente este ano, já foram recolhidas 30 toneladas. Os mutirões começaram na Região Norte e estão, atualmente, na região Nordeste. Ele atestou que, até o dia 31 de março, a limpeza será promovida em todas as regiões da cidade.

Audiência foi proposta pelo vereador Marlon Siqueira (PP), após a cidade apresentar alto risco de infestação de Aedes aegypti (Foto: Felipe Couri)

‘Fumacê’ ainda não é utilizado

Conforme explicado na audiência, o Município também deverá utilizar drones para identificar possíveis focos ainda serão adquiridos, conforme orientação do Governo do Estado, dada em dezembro do ano passado, quando foi emitida uma resolução que autoriza e repassa a verba necessária para isso.

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Já o esclarecimento sobre o carro “fumacê” foi um destaque dado por Tomaz. “Ele é uma estratégia adotada a partir de um cenário de calamidade pública dentro do município. Nós precisamos ter uma incidência de, pelo menos, 300 casos por 100 mil habitantes, nas últimas quatro semanas epidemiológicas. A partir dali, nós solicitamos a presença desse carro, enviado pelo estado, haja vista que o veneno que é pulverizado de forma aleatória pode trazer dano ambiental”. Por isso, ele ainda não utilizado em nenhuma região da cidade.

Luiz Carlos Barbosa, líder do Bairro Parque das Águas, Zona Norte, questionou a presença de um fumacê que teria ido à região onde mora, sem cumprir a metodologia determinada. “Eles chegaram até a quinta rua, o carro fez a manobra e voltou. Não fizeram as 16 ruas do meu bairro”. Tomaz explicou que, o que há, é o “fumacê costal”. “A partir de um caso suspeito é feito um trabalho de investigação, para que naquela região se faça um bloqueio químico, a partir do local notificado, 200 metros para a esquerda e 200 metros para a direita”.

“Mas lembrando que o fumacê não é a melhor estratégia. A melhor estratégia de eliminação do Aedes é receber o agente de endemias em casa. O fumacê só pulveriza na rua, se houver um muro, e com os focos dentro das residências, ele não vai ter utilidade nenhuma”, completa, trazendo o dado de que os agentes encontraram 36 mil residências fechadas, e receberam 2 mil negativas, só no último ciclo, de dois meses.

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O subsecretário também respondeu sobre a expectativa par a chegada das vacinas Qdenga em Juiz de Fora “A explicação que o Ministério da Saúde deu, de maneira geral, foi que somente os municípios que apresentassem alta incidência seriam contemplados com a vacina, neste momento”, respondeu o subsecretário. A cidade, portanto, não deve ser contemplada, por ora.

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