Fernando Santos quase perdeu a conta de quantas cidades já passou com o Mercadinho Qualquer Coisa. Ele tinha um antiquário, em Belo Horizonte, sua cidade natal, e decidiu incluir um bar no negócio. Isso porque, antes, ele já era envolvido com eventos culturais. Na verdade, o que não falta é história, e ela é longa. Depois de um tempo na capital, Fernando decidiu que rodaria as cidades da Estrada Real, parando em cada uma delas, fazendo morada e abrindo o bar-antiquário com tudo o que tinha e mais um pouco que pegava nesse caminho. Mas, também desapegando de um cado de coisas. “Viajo igual a um circo. Eu sou desapegado, mas tem coisas que eu não vendo não, por exemplo”, brinca. Nisso, ele já passou por Carrancas, São Tomé das Letras, Paraty, Búzios, São João Del-Rei e Tiradentes. Foi isso que ele lembrou.
Em Juiz de Fora mesmo ele parou por acaso. É comum a cidade ser um caminho, apenas, que liga dois pontos em uma viagem. Mas ele parou, e ficou, de 2014 a 2018. E gostou. Gostou bastante. Tanto que, depois, foi para São João Del-Rei e Tiradentes, lugares onde o negócio deu muito certo, mas decidiu voltar para Juiz de Fora. “E não vou embora mais não”, diz. Logo depois, ele volta: “Ah, mas vai saber. Alma cigana a gente não consegue, né?”.
O lugar, quase um corredor na Alexandre Leonel, chama atenção pelas luzes, à primeira vista. Tanto que todo mundo que passa, seja andando ou de carro, para tentando identificar o que é. Se forçar a vista mais um pouco, você vê um tanto de coisas que, juntas, fazem sentido ali, naqueles lugares. São coisas que ele juntou a vida toda, mais outras que comprou, outras tantas que produziu, além de freezeres de cerveja e algumas cachaças expostas (que ele também produziu). “É a extensão lá de casa”, ele afirma, explicando o motivo de gostar tanto de ficar ali. Juliana Assis, sua namorada, que assumiu também o Mercadinho, fala que é assim mesmo.
Além das tantas coisas, o lugar tem música alternativa. Felipe Couri fez as fotos balançando a cabeça ao som de “Sultans of swing”, de Dire Straits. Às sextas, inclusive, tem discotecagem. Mas, como todo bom bar, tem comida. Em cada cidade, ele tentou alguma coisa. Agora, em Juiz de Fora, Fernando estreia as empanadas argentinas feitas pela Pasta Casareccia, da Anne Valente. É um clássico da cozinha, e feita de maneira artesanal fica ainda mais gostosa. A dica é passar um pouco de gema de ovo, azeite ou manteiga por cima da empanada para elas ficarem mais douradas. A receita é de carne, mas o recheio fica a gosto de quem vai fazer. O negócio é ser criativo, da forma como o Mercadinho sugere.
Empanadas Argentinas da Pasta Casareccia
Por Anne Valente
Ingredientes
Massa
500gr de farinha
60gr de margarina sem sal (ou banha)
1 ovo
1 colher sobremesa rasa de sal
150/200ml de água
Recheio
500gr de carne moída
1 cebola média picada
1/2 pimentão vermelho picado
1 ovo cozido e amassado
Salsinha
Pimenta do reino, cominho e sal qb
Modo de preparo
Em um recipiente, coloque a farinha, o sal e a manteiga em temperatura ambiente e misture tudo. Em uma vasilha à parte, bata o ovo e acrescente a água. Despeje o líquido na farinha aos poucos e vá misturando até obter uma massa macia. Atenção: não pode estar grudando nas mãos. Enfarinhar um pouco a mesa e sovar por uns 10 a 15 minutos até ficar uma massa uniforme e homogênea. Cobrir com plástico filme e deixar descansar por 30 minutos.
Enquanto a massa descansa, prepare o recheio. Coloque o ovo para cozinhar. Em uma panela, coloque um pouco de azeite, a cebola bem picadinha e o pimentão. Cozinhe em fogo lento até dourar. Acrescente a carne e tempere a gosto com o sal, a pimenta, o cominho e a salsinha. Quando estiver cozida, desligue o fogo e acrescente o ovo amassado com um garfo. Deixe esfriar enquanto abre os discos das empanadas.
Corte a massa em pedaços iguais do tamanho de uma bolinha de tênis. Com ajuda do rolo de macarrão abra a massa formando um círculo e recheie com 2 colheres de sopa do recheio já frio. Feche as empanadas com ajuda de um garfo.
Disponha as empanadas em um tabuleiro untado com óleo e asse em forno previamente aquecido a 250•C por aproximadamente 20 minutos ou até ficarem douradas.