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Kátia Badaró traz novas aventuras da boneca Nina

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A escritora Kátia Badaró lança o segundo livro da série infantil  “O diário de Nina” – Foto Divulgação

Nina é uma boneca de pano que não se cansa. Ela ama envolver-se em aventuras. E, assim, trazer bons exemplos para a garotada. No ano passado, ao lutar contra as maldades do Dr. Sombra, ela ensinou as crianças a terem responsabilidade, a cuidar dos seus pertences e a criar os próprios brinquedos. Desta vez, ela faz de tudo para ajudar Ledy, um pequeno vagalume que teve o coração invadido pela escuridão da tristeza. Nessa busca por ajuda, ela conhece outros personagens que serão, para sempre, seus companheiros.

“Agora, Nina traz a valorização da amizade e de outras coisas que vão aparecendo ao longo da história, como, por exemplo, a sabedoria da coruja por ser uma grande leitora. Com isso, Nina realça a importância da leitura em nossas vidas. E sempre vem valorizando os bons sentimentos que habitam em seu coração e que devem habitar em todos os corações. São eles que lhe conferem superpoderes para derrotar o mal. E mais uma vez, ao final do livro, ela convida o leitor a escrever suas próprias aventuras”, conta a escritora Kátia Badaró. “O diário de Nina – Companheiros da noite” tem lançamento  programado para  a próxima sexta-feira, às 18h30, na Biblioteca Municipal Murilo Mendes.

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Kátia Badaró também é professora e contadora de histórias. É trajando uma saia verde que forma um grande gramado cheio de flores, livros e borboletas quando ela se senta ao chão, que ela sai encantando os pequenos leitores. Aliás, como o contato dela com as crianças é diário há mais de 20 anos, ela sabe o que elas querem ouvir e ler. Por isso, nesse bate-papo de hoje, Kátia Badaró dá dicas de como incentivar a leitura.

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Marisa Loures – Quem é e como é a escritora e contadora de histórias Kátia Badaró?

Kátia Badaró – Fiz magistério no Instituto Estadual de Educação, a Escola Normal. Mais tarde, cursei o Normal Superior e fiz pós-graduação em Artes. Sempre gostei muito de desenhar, pintar, modelar, costurar, enfim, criar. Por isso, além de escrever os livros, eu os ilustrei de forma que mostrassem desenhos simples, dando a impressão de que alguém desenhou despretensiosamente em um caderno. Quando costurava minhas roupas, gostava de desenhar os modelos, criar algo novo. Dessa forma, nasceu a roupa que uso para contar histórias, uma linda saia verde que, quando sento ao chão, forma um grande gramado cheio de flores, livros, borboletas e outras coisinhas. Sou uma pessoa bem simples, que adora estar com os amigos e rir com todos eles. E graças a Deus, onde quer que eu vá, tenho bons amigos. E quando digo amigos, isso inclui minha família, pois são meus maiores e melhores amigos.

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– O que te motiva a escrever para crianças?

Leciono para crianças há mais de 20 anos, meu mundo gira em torno delas. É emocionante estar contando histórias e ver aqueles olhinhos brilhando, prestando atenção em cada movimento que você faz, em cada palavra que você diz e, no final, vê-las sorrindo de encantamento.

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– Qual é a inspiração para a criação da Nina?

Sempre fui apaixonada pelo Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, e sonhava em ter uma boneca como a Emília, grande amiga de Narizinho. As bonecas de pano sempre me encantaram. Via as pessoas mais velhas fazendo essas bonecas, aprendi a fazer e também fiz as minhas. Como toda criança, usava a imaginação e dava vida aos meus brinquedos. Agora adulta, queria continuar dando vida a minha amada boneca de pano e assim nasceu a Nina.

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– É uma meta sua sempre trazer algo além do simples entretenimento?

Acho que os livros podem contribuir, sim, na formação de valores, de opinião e muito mais, mas que precisam ser sempre prazerosos e de boa literatura. Até mesmo para as crianças em fase de alfabetização, os livros precisam ter um bom conteúdo, uma boa história e não uma junção de simples frases que descrevem uma figura.

– Um dos grandes desafios do Brasil é a formação de leitores. Quais dicas você dá aos educadores que se dedicam à tarefa de incentivar a leitura?

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Para se formar leitores, é preciso, em primeiro lugar, ser leitor e mostrar como isso é bom. Projetos literários dentro das escolas contribuem muito para isso. Participo de festas literárias em cidades da região e vejo a grande mobilização das escolas nesses eventos. Tem escolas aqui em nossa cidade que fazem trabalhos belíssimos envolvendo não só os alunos, mas também a família. Os alunos adoram atividades que fogem da sala de aula, então, levem seus alunos para ler em lugares diferentes, isso pode propiciar sensações tão agradáveis que os farão querer ler mais e mais.

 

Kátia Badaró veste uma saia verde, que forma um grande gramado cheio de flores, livros e borboletas quando ela se senta ao chão, para contar histórias e encantar leitores – Foto Divulgação

– Como você vê o mercado infantil? A oferta é grande, mas e a qualidade?

O mercado infantil vem investindo muito no visual do livro, em objetos lúdicos que atraiam os pequenos, em material diferente, como livros para serem utilizados no banho e muito mais. Vejo isso de duas formas: um jeito de dar o primeiro passo para atrair os olhares de quem já nasceu conectado ao mundo tecnológico. E isso é bom! Mas a qualidade da literatura oferecida por esse material algumas vezes deixa a desejar.

– Quais autores foram responsáveis pela tua formação leitora? Por que as obras deles são importantes?

As poesias de Cecília Meireles sempre me encantaram na infância, assim como de Vinicius de Moraes. Monteiro Lobato e Ziraldo me faziam viajar como me fez Frank Baum com “O mágico de OZ”. Na adolescência, acho que, como todo adolescente da década de 90, li toda a Série Vaga-lume. Clarisse Lispector e Sidney Sheldon vieram com friozinho na barriga e suspense na juventude.  Graciliano Ramos, Eça de Queiros, Machado de Assis e tantos outros me foram colocados para o vestibular, e como foi bom conhecê-los. Como contadora de histórias, encantei-me por Ricardo Azevedo e os contos populares que traz em seus livros. Gosto muito da Sylvia Orthof, André Neves, Eva Furnari, Ruth Rocha, Bia Bedran e muitos outros. A lista seria enorme e espero que aumente ainda mais. Tenho também aqueles que me incentivaram com o exemplo a ser seguido e as palavras amigas, como Margareth Assis Marinho, Magda Trece, Marisélia Souza, Francisco Gregório Filho e outros a quem sou grata.

– Esse novo lançamento é independente. Quais são os principais desafios para quem se lança num projeto independente?

– Projeto independente traz, sim, grandes desafios, principalmente se você não tiver ao seu lado pessoas em quem possa confiar, o que não foi o meu caso. Quando fui contemplada na Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura, da Fundação Alfredo Ferreira Lage, aprendi muito, pois os recursos financeiros são disponibilizados de acordo com o projeto que você apresenta. E esse projeto precisa estar muito bem estruturado para ser aprovado. Durante essa elaboração, tive que procurar uma boa gráfica, um bom revisor de texto e, principalmente, um bom designer gráfico, pois o livro precisava ter as imagens de forma bem realista dos objetos que usei na ilustração, como botões, fitas, tecido e muito mais. Como gostei muito do trabalho realizado no primeiro livro, recorri novamente às mesmas pessoas que estiveram ao meu lado. Mas é preciso confessar que o retorno só é vantajoso pelo lado emocional, o financeiro fica a desejar. É difícil para uma autora desconhecida vender seus livros. Vendo meus livros quando vou contar histórias.

– Tem mais livro vindo aí?

Sim. Tenho outros livros guardadinhos, esperando uma oportunidade para nascerem. Em 2016, apresentei um teatro com meus alunos e transformei esse teatro em livro. Ficou lindo! Quando o mostrei para Weder Meirelles, que é o designer gráfico do Diário de Nina, ele logo quis transformá-lo em DVD. Quem sabe nasce um livro junto com o DVD?  Mas, nesse caso, é preciso ter patrocínio, pois será um grande investimento

Sala de Leitura – 23 de agosto, às 9h40, na Rádio CBN Juiz de Fora (AM 1010).

“O diário de Nina – Companheiros da noite”

Autora: Kátia Badaró

Lançamento

24 de agosto, às 18h30, na Biblioteca Municipal Murilo Mendes (Av. Getúlio Vargas – Centro).

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