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Entre sete mentiras e uma verdade: o jogo narrativo de Rodrigo Barbosa

RODRIGO BARBOSA
Rodrigo Barbosa conversa com os integrantes do Clube do Livro da Autoria sobre ‘Sete mentiras e uma verdade’. Lançada em 2023, a obra, construída em torno de um mistério a ser desvendado, é ambientada em Juiz de Fora e brinca com a presença das verdades e das mentiras nas narrativas
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O autor é juiz-forano. Cursou jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde, depois, passou a atuar como professor. Seu segundo romance se passa na mesma cidade em que ele nasceu. A história começa com um acidente. Um empresário juiz-forano, muito bem-sucedido e envolvido em um esquema de propina com um político, sofre um acidente de avião nas proximidades do Aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora. A protagonista é uma jornalista que mora em um apartamento na Rua Benedito Pinto, perto da Padre Café. Fez faculdade na Facom (Faculdade de Jornalismo da UFJF), a mesma em que o autor estudou e trabalha, e passa por lugares como o Bar do Abílio, na Fonseca Hermes, um restaurante de comida a quilo, na Rua Santa Rita, e um hotel, na Avenida Getúlio Vargas.

Em “Sete mentiras e uma verdade” (Patuá, 272 páginas), Rodrigo Barbosa constrói uma narrativa ambientada na minha cidade, e eu me pego, a cada capítulo, seguindo os passos dos personagens, visualizando a cena descrita. “Acho muito interessante a possibilidade de trazer a história para sua aldeia”, afirma o escritor, acreditando que, assim, é possível nos envolver por meio da verossimilhança. “Algo que é divertido para mim e, acho que para os leitores também, é fazer esse jogo com os locais, com as cenas, com os lugares conhecidos. É muito bom trabalhar esta ideia: ‘Será que isso aconteceu mesmo? Será que essa história poderia ter acontecido?’, como dizia Aristóteles. Quando estamos perto de lugares conhecidos, lugares que vivenciamos, conseguimos vestir o texto com mais força”, defende ele, que, ainda por cima, apostou em um mistério a ser descoberto.

Depois que o jatinho de Antenor se choca contra um morro no Condomínio Vale da Serra, Jaiane, a jornalista, assume a missão de investigar o caso. Em torno dessa investigação, uma série de personagens vão surgindo e vão se interligando, formando as diversas pontas da história. Mas a intenção de Rodrigo não era só contar uma boa história que pudesse entreter o leitor. Em 2012, depois de colocar um ponto final em “O homem que não sabia contar histórias”, romance finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, a discussão sobre a presença das verdades e das mentiras nas narrativas e sobre a questão da criação das personas despertou seu interesse. E, a partir dessa inquietação, ele resolveu apresentar para a banca do doutorado em Estudos Literários, da Universidade Federal Fluminense, a ideia de pesquisa e escrita de um romance que pudesse abordar esses assuntos. Dessa forma, nasceu “Sete mentiras e uma verdade”.

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“Narrativa muito bem construída, ela desperta no leitor curiosidade e certa tensão para descobrir qual seria a única verdade no meio de tantas mentiras. O autor se desdobra nos sete personagens que dão título aos capítulos. Descartando, talvez o negociante, menos óbvio, todos os personagens são facetas da figura do autor que é ou foi jornalista, assessor, apaixonado, professor, compositor e escritor”, escreve, na orelha do livro, Eurídice Figueiredo, professora e orientadora de Rodrigo durante o doutorado.

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Rodrigo Barbosa participa de um bate-papo com os integrantes do Clube do Livro do Espaço Autoria, no dia 11 de fevereiro, às 19h. “Sete mentiras e uma verdade” é o título que estará no centro da discussão.

Marisa Loures: “Sete mentiras e uma verdade” faz referência a um número que tem um simbolismo forte em diversas culturas. Como esse elemento se reflete na construção do enredo e dos personagens?

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Rodrigo Barbosa: O título parte de uma certa brincadeira com a ideia de um ditado antigo que diz que sete é um número de mentiroso. Na verdade, o processo de elaboração desse livro passou por uma inquietação que surgiu depois que terminei meu primeiro romance. Essa inquietação tem muita relação com a questão de que, quando transformamos um acontecimento em narrativa, aí já está inserido um conjunto de ideias e imaginações que poderiam até ser chamadas de mentiras. Tem também a questão do quanto, na nossa vida cotidiana, criamos personas, personagens de nós mesmos. O quanto nós somos ficções de nós mesmos no dia a dia. E uma coisa que foi me motivando aos poucos foi a ideia de poder fazer um jogo que se relacionasse um pouco comigo mesmo. E, nesse sentido, fui buscando, na minha trajetória, algumas personas das quais eu já tinha me vestido ao longo da vida. E chegou ao número sete também. Aí eu falei: “Acho que temos aí um gancho para trabalhar não só a estrutura do romance, com a ideia dos sete capítulos, fechando com o oitavo, que é a brincadeira da verdade, mas também tem essa provocação que o número sete traz em relação à questão da mentira”.

A jornalista, personagem principal do livro, busca a verdade, mas a obra nos lembra de que toda narrativa é uma construção. Como exemplo, basta citarmos o personagem Sérgio Onça, que cria uma história para a TV diferente do que realmente aconteceu. Diante disso, não podemos falar em uma verdade absoluta. Toda verdade é, de alguma forma, uma interpretação?

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Acho que sim. É difícil poder falar de uma verdade. A verdade são várias. E a verdade também se torna outra a partir do momento em que ela se transforma em história. O próprio Nietzsche falava isto: “Na hora em que a gente transforma um pensamento em palavra, a gente já está adotando uma série de símbolos que traduzem esse pensamento.” Então, isso é uma coisa que está presente na gênese do romance e que está presente na própria “função narrativa” de cada personagem nas suas vidas. Uma jornalista, uma ghost writer, uma assessora, um professor, um compositor popular. Todos esses ofícios trabalham nessa fronteira, ou na ausência de fronteira, entre a narrativa da verdade e da mentira. E acho que os personagens, até os secundários, como o Sérgio Onça, que viu a situação do avião, vão entrando até para dar um pouco mais de força e também de confusão em relação a isto que acho que todos nós somos: seres que estão diante desses desafios de traduzir narrativas do real em narrativas e, ao fazê-lo, caem diante da inevitabilidade de estar criando também, imaginando, exagerando, às vezes.

E diante dessa constatação de que não há uma verdade absoluta, mas sim múltiplas narrativas, como o jornalismo pode preservar sua credibilidade e manter a confiança do público?

É uma questão importante, e mais importante ainda hoje neste mundo de fake news e deepfake. O que o jornalista tem que ter, em primeiro lugar, é a consciência de que ele jamais vai ser um portador de uma verdade absoluta. Por outro lado, ele tem que ter a responsabilidade de buscar estar sempre neste paradoxo de ter essa consciência, mas de estar cada vez mais próximo do que foram os fatos. Essa consciência é importante para o jornalista não ficar numa atitude ingênua de imaginar que ele é o porta-voz da verdade e, portanto, ser até manipulado ou manipular os outros por conta disso. Mas também trabalhar e fazer do ofício um trabalho que busque, pelo menos, apontar as diferentes possibilidades de verdades em relação aos assuntos. E acho que é um pouco isso que eu tento fazer com a trajetória da Jaiane nessa investigação. Ela é uma jornalista que vira quase um detetive. É o quanto que ela vai esbarrar com narrativas propositadamente falsas, o quanto ela vai encontrar possibilidades de verdades e o quanto ela vai ter que ter o cuidado de trabalhar isso de maneira a não ser a ingênua que acha que está escrevendo a verdade, mas não ser também aquela que vai jogar tudo para o alto e vai dizer “ah, já que não tem uma verdade, vou fazer qualquer coisa”.

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Agora, partindo para a vida real, o que aconteceu de verdade, se é que podemos falar em verdade nesta nossa conversa, que gerou essa história? Houve algum acidente de avião que realmente instigou a sua imaginação? Você se deparou, nas redações pelas quais passou, com uma Esther Zanata, a predadora-mor que abocanha todas as boas manchetes?

Sem dúvida. Tem aí um jogo com o leitor. Os franceses gostam muito de colocar a definição, dizer se seus livros são romances de ficção, romances baseados em fatos reais. Até que veio a bagunça nesse cenário que foi a questão da autoficção, da ideia de você fazer um jogo em que você mistura situações reais com situações criadas e cria um novo pacto com o leitor, que é o pacto da ambiguidade, o pacto da mistura. E, nesse sentido, sim. Há muitos fatos, acontecimentos e personagens que têm muita relação com situações reais vividas por mim e até mesmo exercidas por mim nas minhas diferentes funções nessas áreas todas das personagens do romance, e existem histórias que são totalmente fictícias. É um jogo. E é um jogo que não tem respostas e nem deve ter. Se eu disse que eu encontrei, na minha vida profissional em redações, algumas ou alguns Esther Zanata, é claro que encontrei. Se eu te disser que já fui, de alguma maneira, provocado, como jornalista, por uma situação como a do acidente que motiva toda a história, sem dúvida. Mas tudo isso surge depois da inquietação que gerou a ideia central. A cena do avião, por exemplo, não era uma cena que existia na minha cabeça quando eu tive a ideia de escrever um romance com essa característica. Ela veio justamente para preencher esse espaço e dar oportunidade de que não fosse um ensaio, por exemplo, mas fosse realmente uma história que envolvesse o leitor e tivesse toda uma questão que se relaciona também com mistério, com romances entre as pessoas. E acho que é alguma coisa que conduz a atenção do leitor. É uma mistura proposital. É como eu falei: não por acaso, os personagens representam todos, de alguma maneira, um ofício que já exerci ou exerço, justamente, para acentuar ainda mais essas questões que me surgiram ao longo da vida.

E você diz que a escrita do livro passou por um momento de crise, influenciado pelo cenário político, cultural e jornalístico. Como esse contexto impactou o tom da obra?

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Esse trabalho aconteceu dentro de um contexto, que foi uma tese de doutorado. Eu tinha a ideia desse romance com esse tipo de temática. Quando surgiu a oportunidade de um curso de Doutorado na UFF, em Niterói, encontrei uma orientadora que já conhecia. Gostava muito dela como crítica e como professora, a Eurídice Figueiredo. Perguntei se ela toparia orientar uma tese que fosse um romance. Quando fui conversar com ela, ofereci outras possibilidades de tese, porque achei que ela fosse rejeitar essa, e ela topou. E aí, então, comecei a construir uma pesquisa em cima desses assuntos que estavam me inquietando. A questão da verdade e da mentira, mas a questão mais específica da presença da imaginação e, portanto, de pitadas de mentiras assim que transformamos uma história em narrativas e também a questão das personas, da ficção de si. E, durante essa pesquisa, fui construindo o roteiro do romance, a ideia, quem seriam os personagens, qual seria a história que conduziria esses personagens etc. E, nesse meio tempo, uma série de coisas andaram acontecendo na nossa vida: Trump eleito, avanço expressivo e assustador de ideias autoritárias. E isso associado ao cenário das redes sociais, das pessoas acreditando muito mais nas postagens sensacionalistas do que nas postagens do jornalismo. Isso atingindo muito diretamente o que são alguns dos pilares da minha vida, especialmente a política, o jornalismo, a arte em si. Num determinado momento, o romance já estava sendo escrito junto com a pesquisa. E na tese, na primeira parte, acabei entregando uma espécie de um grande ensaio em que vou falando da pesquisa e do romance ao mesmo tempo, contando uma história da criação do romance e dos elementos que estava pesquisando, e, na segunda parte, é o romance em si. Estava no meio desse processo todo, e esse cenário todo me deu um desânimo muito grande, uma descrença muito grande. Cheguei a pensar a abandonar essa ideia, até que fui convencido de que, ao menos para dividir essas decepções com decepcionados como eu, valeria a pena seguir em frente. Então, escrevi um capítulo do ensaio que se chama “Desmoronamentos”, onde falo da minha vida e dessas minhas decepções. E chego ao final da parte inicial da tese decidido a seguir em frente, porque acho que o romance pode cumprir pelo menos o papel de refletir, nesse tempo, essa perplexidade diante desses ofícios, dessa função de narrador que o jornalista, o escritor, o assessor, o compositor, o professor têm, e no mínimo encontrar leitores que sejam tocados também por essas minhas inquietações. De alguma maneira, foi uma forma de enfrentar um pouco essas tristezas, decepções em relação a tanta coisa em que eu sempre apostei na minha vida e que eu vi experimentar tantos retrocessos.

Como você já mencionou, todos os personagens do livro refletem diferentes facetas suas. Mas, ao longo da leitura, vejo especialmente o Rodrigo professor, já que a obra funciona como uma verdadeira aula para futuros profissionais da comunicação. Pela ficção, você também apresenta teoria. Como foi o desafio de equilibrar narrativa e reflexão sem cair na armadilha de tornar o livro enfadonho?

Esta foi uma questão que me preocupou muito desde o começo e discuti muito com a Eurídice. Deixar que essas reflexões teóricas e filosóficas sobre o tema tivessem a sua marca, mas sem que o livro caísse em partes de narrativas que ficassem só no academicismo. Ao mesmo tempo, era algo que eu queria que estivesse muito presente, porque essas leituras e essas pesquisas de Barthes, de Nietzsche, de Aristóteles, enfim, de tanta gente que discute essas questões, enriqueceu realmente a escolha de tudo – dos personagens, dos acontecimentos, das relações entre os personagens. Eu tentei dosar, com o máximo de cuidado de não deixar que as pesquisas acadêmicas se transformassem em citações chatas que pudessem atrapalhar a fluidez do contar a história. Mas foi possível encontrar algumas saídas no próprio embate entre os personagens. Por exemplo, duas das personagens, a Jaiane, jornalista, e a Olívia, assessora do senador, vieram da mesma base, que foi a própria Facom (Facudade de Comunicação da UFJF). Então, num diálogo entre as duas, na hora em que a Jaiane tenta extrair da Olívia mais informações sobre o senador, há um embate entre elas, uma jornalista e uma assessora, que passa muito por reflexões sobre essas questões. Jaiane chega a perguntar para a Olívia: “Você escreve sempre a verdade?” E ela vai responder, meio que atravessadamente, que, quando o jornalista escreve uma matéria, nome que a gente dá para um texto jornalístico, já é uma maneira de materializar outra realidade. Enfim, tentei fazer com que essas referências teóricas entrassem na história sem que a história deixasse de ter a naturalidade.

Afinal de contas, você estava escrevendo para um público amplo, que quer um romance, que quer uma leitura para entretenimento, e não para profissionais da comunicação…

Exatamente. Um profissional da comunicação, em alguns momentos do livro, vai encontrar, de forma bastante presente, questões interessantes sobre o nosso ofício. Mas, mesmo o leitor que não está no nosso campo, mas que são o alvo da comunicação, como todos nós somos, vai encontrar também a oportunidade de olhar para o outro lado, de refletir um pouco sobre como estão sendo construídas as notícias que ele lê. Cada leitor faz a sua leitura e escreve sua leitura ao ler, mas a tentativa foi um pouco esta de não deixar ficar um romance muito fechado diante de um determinado público.

A história é muito envolvente. Estou curiosa para descobrir como a jornalista vai conseguir chegar a uma resposta…

Como leitor, eu gosto muito desse formato. De alguma maneira, fiz isso no romance anterior. Também há um mistério, há uma questão a ser descoberta. Acho que é uma maneira de a gente ir recheando de história, de vida, cada momento, cada passagem, mantendo a atenção e o interesse de seguir em frente.

No início do seu livro, você cita Barthes, que afirma: “Conseguir fazer um romance é, no fundo, aceitar mentir, conseguir mentir (mentir pode ser muito difícil) – mentir com aquela mentira segunda e perversa que consiste em misturar o verdadeiro e o falso”. Para você, foi realmente difícil “aceitar mentir” ao escrever essa obra? E, olhando para sua experiência como jornalista, você considera mais fácil se basear em fatos e tentar escrever a “verdade” nas páginas de um jornal ou se aventurar pelo faz-de-conta de um romance?

Eu gosto muito dos fatos como provocação. Acho que, de alguma maneira, até agora, nessa minha vivência curta como romancista, tenho me aproximado de universos reconhecíveis, de realidades. Não me vejo muito com capacidade, por exemplo, para escrever um romance de fantasia, imaginar um mundo não existente, com personagens não humanos. Acho que é até por conta dessa experiência como contador de histórias ter sido, desde sempre, uma experiência com base em buscar informações sobre fatos, sobre pessoas, sobre personagens. Não sei se é o mais fácil, mas é o mais natural. Tanto que, embora eu tenha as minhas aventuras na poesia, especialmente enquanto compositor de letra de música, na verdade, sempre fui muito mais próximo das narrativas em prosa e que tivessem algum pé no nosso universo. Mais do que isso, no universo que me cerca, na minha aldeia.

O seu livro foi lançado em 2023, há quase dois anos, e agora você vai participar de um bate-papo com o público da Autoria, onde terá a chance de ouvir as percepções de alguns de seus leitores. Como é para um escritor entregar seu livro para análise do público e receber o feedback dos leitores?

Espero momentos como esse sempre com o maior entusiasmo. Foi o que aconteceu na Flip. Foi o que aconteceu no ano passado, na Feira do Livro de São Paulo. A relação do escritor com o público é uma relação distante de alguma maneira. A gente tem pouca oportunidade de ouvir feedback. Eu me divirto muito e gosto muito de aprender com o público, de descobrir leituras de que eu mesmo não suspeitava. Acho que essa oportunidade traz um pouquinho essa relação mais próxima que o artista tem em outras artes, como no teatro e na música. E a Autoria tem sido um espaço parceiro, acolhedor, desde que o livro foi lançado. É curioso. A gente tem esse mundo hoje do universo virtual, mas muita gente gosta mesmo é do livro físico. E lá é um espaço legal para deixar o livro físico para quem gosta de ter o prazer de ir a uma livraria com calma. Quando surgiu essa questão de dar a chance de o livro ser discutido com os leitores, foi ótimo. Fico esperando que as pessoas se coloquem da maneira mais sincera possível. Vou tentar proporcionar um ambiente em que a pessoa possa ficar à vontade para dizer, inclusive, “não gostei desse desfecho, dessa estratégia nesse momento”. Acho interessante comentar que, quando o romance passa por aquela revisão crítica da editora, a editora fala: “Antes de o livro ser publicado, nós vamos fazer uma leitura crítica”. Aí eu falei: “Olha, para nós, jornalistas, isso é o menor dos problemas, porque nós somos formados numa ideia de compartilhar a escrita, de reescrever, de mudar o texto para caber naquele espaço”. O texto não é intocável. A gente se acostuma a uma outra relação, o que eu acho muito saudável. E, além de tudo, isso ainda serve de aprendizado para incursões futuras.

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