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Um time a serviço da vocação literária de Juiz de Fora

maria helena sleutjes
Maria Helena Sleutjes apresenta o volume 2 da antologia “Juiz de Fora ao luar”, com conhecidos e estreantes na literatura da cidade. (Foto: Leonardo Costa)
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Desde que fundou a Gryphon Edições, Maria Helena Sleutjes persegue seu ideal de fazer “livros especiais para pessoas especiais”. Acredita, piamente, que a editora que conduz deve cumprir um papel sociocultural, dando aos leitores boas leituras, e aos autores do berço de Murilo Mendes e Pedro Nava uma oportunidade de serem lidos. Seguindo essa linha, dedica-se ao volume 2 da antologia “Juiz de Fora ao luar” (200 páginas). “Esse é um projeto que tem por objetivo divulgar escritores da cidade e fazer com que eles possuam um veículo para demonstrar e permitir ao público acesso àquilo que eles escrevem. Acho que falta um pouco disso para nós”, comenta ela.

Na nova empreitada, que carrega 31 textos, entre contos, crônicas e poemas, está reunido um time de escritores conhecidos pelo trabalho literário, como a própria Maria Helena, Marisa Timponi, Rosângela Rossi, Beth Sachetto, Luiz Almeida e Cecy Barbosa Campos, e outros tantos estreantes. O surgimento de novos nomes parece querer manter a vocação literária e artística da cidade, conforme apontado, no prefácio, pelo jornalista e escritor Ismair Zaghetto. “Juiz de Fora ao luar” será lançado dia 5 de agosto, às 16h, no Constantino Hotel.

 

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Sala de Leitura – O que dizem os textos dessa publicação?

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Maria Helena Sleutjes – A maioria dos autores quis expor, principalmente, assuntos sobre a cidade. Fiquei muito feliz com isso. O conto que abre a antologia se chama “Enfeites para o céu de Juiz de Fora.” Quando o li, falei: “isso é um presente dos deuses”. Esse conto fala sobre a história de Juiz de Fora de uma forma muito agradável de se ler, porque vai contando a história de uma pessoa que passou por diversos momentos da cidade e depois morreu e continua enfeitando o céu de Juiz de Fora.

 

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Você assina o texto “Divagações de um pássaro”. Quem é esse personagem?

– Vocês vão me reconhecer em vários pedacinhos. É o meu eu-lírico, aquele que está escapando da realidade. E aí vou montando uma história de alguém que nasce com essas inquietações poéticas, passa por determinadas circunstâncias e depois vai desaparecer. O revisor, que é o escritor Luiz Almeida, disse: “Ele morre?” Eu disse: “Você é quem sabe”.

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Você já escreveu vários livros, de vários gêneros. Hoje, você se considera uma escritora ou editora de livros?

– Essa é uma grande divisão em mim, porque sempre me achei mais escritora, mais poeta, mas, hoje em dia, sou muito apaixonada pela edição. A edição vem ocupando um espaço dentro de mim.

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Seus olhos brilham quando você fala da edição de livros, como “China na minha vida: O que aprendi com o dragão”, de Christine Marote. Essa obra foi escrita por uma paulista que mora na China. Ela não te conhecia, e seu contato com ela foi todo virtual, o que mostra que a Gryphon está ultrapassando as fronteiras da cidade…

– Esse livro foi um presente. Conheci a Christine na internet. A gente começou a trocar mensagens, aí ela me expôs o desejo de ter um livro publicado. Falou do sucesso do blog dela, que começou a bombar com 40 mil acessos, porque o que ela escrevia era muito interessante. Ela foi pinçando quais eram as principais dificuldades que um estrangeiro tinha na China. Aí ela escrevia sobre isso, e escrevia de uma forma tão gostosinha, tão agradável, que era irresistível. Quando peguei o arquivo do livro para editar, fiquei lendo-o vários dias. Não conseguia parar. Eu ria sozinha e me deslumbrava com o que ela ia mostrando, porque é um universo muito diferente. E é um universo que não está por aí para você.

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Quais os caminhos para fazer os livros da Gryphon circularem?

– Não tenho essa preocupação, porque, na verdade, minha proposta é a edição do livro, é ver o livro pronto. Eu não tinha uma estrutura de uma grande editora para poder dar conta de distribuição e venda. A primeira coisa que explico ao autor quando ele me procura é: “Você vai ter um livro bem editado, vai ter a quantidade que quiser, vai poder acompanhar o processo de edição bem de perto, mas não vou distribuir nem divulgar o livro. Isso vai ficar por sua conta. A Christine, por exemplo, contratou uma empresa de distribuição de São Paulo, sugerida por mim. A Magda Trece também tem um distribuidor.

 

A Gryphon também lança “O amor não fica velho”, de Evaldo de Paula Moreira. O que faz dele uma obra imperdível, principalmente, para nós mineiros?

– O livro traz algo muito particular, porque é de uma pureza, e é um livro que você vai ler com muita facilidade. Quem já viveu essa época que ele traduz, que deve ser pelos idos do anos 50, 60, vai logo lembrar. Quem não viveu, como, minha neta e meus filhos, vai ter a surpresa de saber que já existiu um mundo assim. É um mundo, também, com uma mineiridade muito grande. É de uma singeleza e de uma pureza que são raras hoje.

 

*Marisa Loures é jornalista e professora de língua portuguesa e literatura

 

“Juiz de Fora ao luar”
Lançamento neste sábado, 5, às 16h, no Constantino Hotel (Rua Santo Antônio 765 – Centro)

 

Sala de Leitura
Sexta-feira, às 10h05, na Rádio CBN Juiz de Fora (AM 1010).
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