Se por muito tempo investir em cinema parecia coisa de produtor de Hollywood ou de patrocinador institucional, o jogo virou — e com roteiro digno de premiado. Em 2024, o Brasil ultrapassou a marca de 125 milhões de ingressos vendidos, movimentando cerca de R$ 2,5 bilhões em bilheteria, segundo dados da Ancine. Mas, na contramão do senso comum, o maior retorno financeiro da cadeia audiovisual não está na produção, mas na distribuição. E é justamente esse “plot twist” que está transformando o mercado nacional.
Mais do que uma ponte entre o filme e o público, a distribuição se firmou como uma verdadeira estratégia de negócios — e agora atrai o interesse de investidores que buscam unir retorno financeiro com impacto cultural.
Foi pensando nisso que a Hurst Capital, maior plataforma de ativos alternativos da América Latina, uniu forças com a Retrato Filmes, nova distribuidora fundada por profissionais com mais de 30 anos de experiência no setor. O resultado é uma proposta inovadora: oferecer ao mercado um modelo de co-investimento em filmes já prontos e com alto potencial de bilheteria, incluindo obras premiadas e com exibição garantida.
Desde 2018, o Brasil convive com a escassez de políticas públicas voltadas à distribuição cinematográfica. A iniciativa da Hurst e da Retrato surge, então, como resposta pragmática e criativa a esse vácuo. O capital privado assume o papel de viabilizador — não apenas de produção, mas de visibilidade. Porque de nada adianta um filme incrível, se ele não encontra plateia.
“A distribuição é a inteligência do mercado”, explica Laura Rossi, da MUV Capital, braço da Hurst especializado em entretenimento. “É construir audiência, gerar relevância e ampliar receita.” Felipe Lopes, cofundador da Retrato Filmes, reforça: “Apostamos em obras que têm potência real de diálogo com o público — sejam brasileiras ou internacionais.”
Com o público nacional cada vez mais interessado em histórias diversas e relevantes, o cinema brasileiro ganha não só fôlego, mas protagonismo. E quem sabe o próximo sucesso nas telonas — ou nos streamings — já esteja no seu radar… e na sua carteira de investimentos.