Ícone do site Tribuna de Minas

Mulheres reagem a mudanças nas cotas na minirreforma eleitoral

Painel
PUBLICIDADE

Embora a deputada Dani Cunha (União-RJ), coordenadora do grupo de trabalho criado pela Câmara para promover mudanças na legislação eleitoral, tenha assegurado que temas como o Fundo Eleitoral ou a cota de 30% do fundo, que hoje devem ser destinados às mulheres não estão na pauta, há uma preocupação em torno da minirreforma eleitoral a ser apresentada no dia 6 na Câmara Federal. Na edição desta quinta-feira, o jornal o Globo destacou a articulação de líderes partidários em torno da PEC que prevê reservas de vagas as mulheres nas casas legislativas. Ela seria uma compensação para acabar ou flexibilizar a cota para candidaturas femininas hoje de 30% nas chapas.

A PEC definiria um número de vagas e os primeiros dados indicam que seria em torno de 10% das cadeiras, considerado pouco por vários setores. A prefeita Margarida Salomão, que quando deputada integrou uma comissão especial para tratar do tema, destacou tratar-se de uma tentativa de regular uma situação que é para boa parte dos partidos um desafio muito grande. “Eles têm recorrido a candidaturas laranjas ou irregularidades para justificar o que já é praticado: um financiamento subdimensionado das candidaturas das mulheres. Tentam jogar uma tinta em cima dessa situação e obter a remissão de pecados passados. O cenário é extremamente machista em que você tem uma abundância de homens, que estão desconfortáveis com o êxito eleitoral de candidaturas de mulheres.”

Para Margarida, os partidos estão dando um tiro no pé com tal iniciativa. “É um equívoco imenso, porque as mulheres chegaram para crescer. O voto em Juiz de Fora mostrou o quanto as candidaturas femininas se tornaram competitivas e até dominantes. Nestes termos, os partidos estão dando um tiro no pé, na medida que, em vez de promoverem e valorizarem candidaturas de mulheres, eles tentam reduzi-las”, finalizou.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile