Data ainda não existe, mas o PSDB mineiro deverá fazer uma ampla avaliação do seu desempenho nas urnas, que ficou bem abaixo das expectativas no estado. A candidatura a governador de Pimenta da Veiga foi considerada um desastre, e seu desligamento da candidatura de Aécio Neves, por conselho do setor de marketing, um problema grave. Paradoxalmente, Aécio ganhou em São Paulo, um estado notadamente infenso à sua candidatura, e perdeu no território que dominava há cerca de 12 anos com governadores tucanos, a começar por ele próprio. Para o deputado Marcus Pestana, que ontem mesmo já estava de volta a Brasília, o momento é de lamber as feridas, mas sem caça às bruxas. “Não temos que ficar olhando no retrovisor. A hora é de olhar para o futuro”, pontuou. Ele admitiu que os tucanos foram surpreendidos ao observar que não era esse o cenário que o partido tinha no passado.
Pelo legado
O deputado Marcus Pestana, até mesmo por ter sido um pré-candidato, não quis comentar a escolha de Pimenta da Veiga para enfrentar o petista Fernando Pimentel, mas dentro da legenda, agora, os argumentos passam por essa via. Pimenta, além de estar deslocado de Minas e não viver mais o seu dia a dia, não soube defender o legado de Aécio, fazendo uma campanha desconectada. Além do mais, sua performance nos debates foi vista como uma tragédia pelos observadores.
Institucional
Pestana fica mais à vontade para tratar da reforma política. Ele criticou a proposta de plebiscito apresentada pela presidente Dilma Rousseff fazendo coro aos que lembram que a iniciativa da reforma é institucionalmente do Congresso. “Ela pode, com o poder de agenda do Executivo, estimular, mas nunca tomar a iniciativa.” Membro do grupo de trabalho que tratou do assunto, do qual também fez parte o deputado Júlio Delgado, ele disse que a melhor alternativa é o Congresso fazer a reforma e submeter o resultado a um referendo.