Além de negarem qualquer intermediação para que Marcio Lacerda saia da corrida eleitoral para o Governo, optando pelo Senado, assessores do pré-candidato do PSB garantem que o cenário é totalmente favorável à sua candidatura, pois ele não apresenta o desgaste de vários de seus supostos oponentes, a começar pelo próprio governador Fernando Pimentel, que tem a máquina, mas enfrenta uma crise econômica que tem reduzido o poder de pressão do Governo, sobretudo sobre os prefeitos, por conta dos repasses que têm sido feitos à base do conta-gotas para os municípios. O entendimento entre os socialistas é de que, até meados do ano, a situação nas pesquisas será outra, apontando para a ascensão de Lacerda em função da queda dos demais oponentes.
Pelo interior
Lacerda tem cumprido uma intensa agenda pelo interior de Minas, mantendo a estratégia de fazer uma pré-campanha de fora para dentro, isto é, deixando a capital para o último momento, por entender que não precisa gastar tanto a sola do sapato em Belo Horizonte quanto nas demais regiões. Ele saiu aprovado pelos eleitores, depois de dois anos de mandato de prefeito, que foram suficientes para executar um expressivo volume de obras que hoje vai a seu favor na conta dos eleitores. Nos bastidores, o ex-prefeito também trata de alianças, pois sabe que o tempo de TV é estratégico para qualquer candidato, ainda mais numa campanha curta e de dinheiro escasso.
Polêmica, não
O advogado Vítor Valverde, embora tenha respondido por meio de nota, não quer polemizar com o deputado Júlio Delgado, que rejeita a sua filiação ao PSB por Juiz de Fora. Pessoas próximas garantem que ele vai se filiar, nem que seja por Belo Horizonte, onde o seu principal aliado seria o próprio Marcio Lacerda. Vítor tem pretensões de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa e tem feito contatos pelo interior em busca de adesões. Em Juiz de Fora, a novidade é a presença do ex-prefeito de Barbacena Toninho Andrada. Com seu domicílio eleitoral transferido para a cidade, ele pretende disputar para deputado estadual pelo PSB.
Sem padrinho
O presidente estadual do MDB, Antônio Andrade, tem sido o principal fiador de uma eventual candidatura do deputado Rodrigo Pacheco a governador. O problema é que não há consenso no partido. Os adversários de Andrade trabalham com a possibilidade de manutenção da aliança com o Partido dos Trabalhadores no projeto de reeleição do governador Fernando Pimentel. O deputado, que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, deixa claro que será candidato de qualquer jeito. Se for barrado em seu partido – o único em sua carreira política -, não terá constrangimento em migrar para outra legenda. O que ele tem negado com insistência, por meio de notas de sua assessoria, é a tutela de lideranças mineiras sobre o seu projeto.