Restando menos de três semanas para a abertura da janela partidária, os partidos começam a dar contornos finais em suas chapas para a Câmara Municipal, porque, já a partir do dia 7 de março até o dia 5 de abril, os vereadores poderão trocar de partido sem o risco de perder o mandato por infidelidade partidária. E só restam eles para complementar os quadros. Na Câmara Municipal ainda há indecisos, mas são poucos os casos, alguns deles dependendo de acordos para a chapa majoritária. Outra questão envolve os partidos que estão em federação. Ao majoritário cabe indicar o maior número de candidatos, mas há casos em que nem isso está ocorrendo. No PSDB, por exemplo, a chapa é praticamente formada por pré-candidatos indicados pela legenda, já que o Cidadania não tem representação formal na cidade. Resta definir a candidatura majoritária com o ex-deputado Júlio Delgado cada vez mais próximo do PSDB.
Júlio Delgado tem apoio de lideranças tucanas
Ele pode ser o candidato a prefeito pela federação, mas sua filiação deve ocorrer no PSDB, o que ainda não aconteceu. Há conversas tanto em Belo Horizonte quanto em Juiz de Fora com anuência do deputado Aécio Neves e das demais lideranças, como o ex-deputado Marcus Pestana. Este, mesmo desfiliado em função do cargo de diretor executivo da Instituição Fiscal Independente, tem influência no partido. Afastado do PSDB e morando em Brasília, ele não pode ter militância partidária, mas a interlocutores tem dito que tem extrema simpatia pela candidatura de Júlio.
Família Delgado tem dois pretendentes, mas só um deve ser o escolhido
A federação também é discutida entre o PSOL e o Rede Sustentabilidade. Filiado ao Rede e tendo recebido respaldo da cúpula nacional, por meio da ex-senadora Heloísa Helena, que esteve em Juiz de Fora, o vereador Maurício Delgado disse que, antes de qualquer decisão, iria conversar com os representantes do PSOL, representado na Câmara pela vereadora Tallia Sobral. Dependendo da conversa, ele até pode migrar para outro partido. No seu caso, porém, independentemente do destino partidário, pode ocorrer uma uma “Escolha de Sofia”. Retratada no romance de William Styron, que virou filme em 1982, a expressão retrata o dilema de uma mãe polonesa num campo de concentração. Ela tem que escolher qual dos filhos seria poupado da morte no campo de concentração. No caso da política, dificilmente Júlio e Maurício, ambos Delgado, competiriam entre si. Só deve ser um.