Rumo à oposição
A Executiva nacional do PSB fará reunião extraordinária nesta sexta-feira, em Brasília, para tratar exclusivamente do caso Temer. O deputado Júlio Delgado antecipou à Radio CBN Juiz de Fora que a meta é pedir o afastamento imediato do presidente da República e brigar pela PEC das diretas, uma vez que, pela atual Constituição, o pleito, em tais circunstâncias, deve ser indireto, isto é, com a participação exclusiva dos deputados federais e senadores. “Tem que mudar”, e o partido está pronto para caminhar unido para a oposição. Júlio está convencido de que a decisão será unânime e se arriscou a advertir: ou fica no PSB ou fica no Governo, não há meio termo.
Aparelhamento
Tendo sido um dos políticos mais próximos do senador Aécio Neves, quando este governava Minas e o PSB fazia parte da sua base política, Júlio Delgado disse que é preciso investigar profundamente o que chamou de aparelhamento do setor privado dentro do setor público. “O impacto será muito forte em Minas e no Brasil, mas é preciso que todos, indistintamente, sejam investigados”, citando ações de pesos pesados da economia como JBS, Odebrecht e Eike Batista, entre outros.
Quebra de sigilo
O deputado tucano Marcus Pestana admitiu que nunca vivenciou algo parecido, mas foi enfático ao lembrar que o momento deve ser de maturidade e de serenidade, mas, ao mesmo tempo, de agilidade e firmeza. Depois de participar da reunião da bancada no Congresso, ele admitiu ser um momento crítico e que, se o teor das gravações for confirmado, a situação do presidente Temer ficaria insustentável. Por isso, uma das decisões do PSDB foi exigir a imediata quebra do sigilo da delação dos executivos da JBS.
Momento triste
Um dos políticos mais próximos do senador Aécio Neves, em nome de quem falou diversas vezes como principal interlocutor, Pestana admite também que a situação é delicada. “Para mim, é um momento muito triste, pois tenho ligações com ele desde 2002”. O deputado observa ser o fim de um ciclo. “Há de se ter prudência e sabedoria e dar um passo de cada vez, tendo cada minuto com sua agonia”, lembrou.
Pelo impeachment
A deputada Margarida Salomão, que, em alguns momentos, respondeu pela liderança do PT na Câmara – o líder Carlos Zaratini viajou para São Paulo -, considerou lamentável o país chegar a tal estágio, mas antecipou que o PT, PSB, PSOL, PDT, Rede e PCdo B ingressariam com pedido de impeachment do presidente Michel Temer. Revelou, no entanto, que os signatários do documento não serão os deputados, pois, se assim fizerem, estariam impedidos de participar de uma eventual votação do impedimento se o processo chegar ao plenário.