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Cientista político analisa pesquisa e aponta distanciamento do eleitor

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Ao analisar a pesquisa da Atualiza Dados Pesquisa e Inteligência Política, publicada no domingo pela Tribuna, na qual é apresentado o primeiro perfil oficial da pré-campanha, o cientista político, Rubem Barboza, da UFJF, destacou que a eleição municipal ainda não está no radar da população, 42% dos entrevistados dizem que não têm interesse no pleito. “Este percentual é alto, e a pergunta é se a campanha, em meio a uma pandemia que teima em não acabar, será capaz de reverter este desinteresse. Um resultado que deixa de fora a participação de parte considerável dos eleitores não é desejável, por razões de legitimidade.”

Número de candidatos tende a cair até as convenções

Ainda de acordo com o professor Rubem Barboza, na direção contrária dos eleitores, há uma multiplicação de candidatos, ou seja, de pessoas interessadas em candidaturas. “Não deixa de ser interessante este movimento, mas creio que a pulverização de candidaturas deverá diminuir um pouco no período das convenções. É pouco provável a constituição de grandes alianças no primeiro turno, até pela disputa por cadeiras na Câmara Municipal”. De acordo com o cientista político, “os resultados da pesquisa não trazem grandes novidades, uma vez que detentores de mandatos ou aqueles que já concorreram estão mais presentes na memória de um eleitorado ainda quieto em relação à eleição. Considerando as condições da campanha, a pergunta é se haverá chance de uma grande alteração na posição dos candidatos. Em princípio, parece difícil, mas é da natureza da política a mudança.”

Nacionalização da campanha pode ser a novidade do pleito

Rubem Barboza considera que, a despeito de ser um pleito de demandas eminentemente locais, o pleito deste ano pode ganhar um discurso nacional, em decorrência do ativismo do presidente Jair Bolsonaro embora este tenha dito que não quer se meter nas eleições das prefeituras. “Nestas circunstâncias, vale observar que a desaprovação de Bolsonaro em Juiz de Fora é semelhante àquela encontrada no país: cerca da metade da população considera o seu governo ruim ou péssimo. O número de eleitores que aprovam o governo federal na cidade – 28% – está bastante longe do número de votos obtidos por Bolsonaro tanto no primeiro turno – 45.48% – quanto no segundo turno – 52.36%. A onda de “direita” nas últimas eleições ainda persistirá, nestas condições? Este apoio poderá ser mobilizado por um candidato de direita para chegar ao segundo turno? Com base em uma única pesquisa, não há como encontrar a resposta a esta pergunta.”

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