Volta às origens
A adoção do distritão será mais um fator de desprestígio dos partidos, pois os candidatos serão eleitos independentemente de legenda, bastando estar entre os mais votados. Por conta disso, torna-se necessária a discussão em torno de sua representação. Ante o desgaste, vários partidos discutem uma volta às origens, sob o pomposo título de refundação. Outros articulam mudança de programas e de nomes, como o DEM, e há, ainda, as novas legendas que se apresentam como portadoras de virtudes não encontradas nas atuais.
Novos caminhos
Em função disso, o Brasil já tem o Podemos, e o Partido Novo articula seu crescimento pelo país afora, inclusive em Juiz de Fora. A meta é romper com a velha prática política por conta do que ela produziu até agora: um Congresso corporativista e montado em torno de um balcão, no qual a troca de favores com o Governo de plantão – seja ele qual for – tornou-se rotina. O caso mais recente é o do Centrão, que já avisou ao presidente Michel Temer que precisa renegociar seu papel no Governo sob o risco de não apoiá-lo numa eventual nova denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot.
Café com leite
Os tucanos, que vivem o seu pior momento – numa luta interna que não estava nos planos, mas aguçada pelo surdo enfrentamento entre as bancadas de Minas e de São Paulo -, têm como discurso o parlamentarismo, a partir de 2022. Tal modelo já foi rejeitado por meio de plebiscito, mas o PSDB entende que a discussão foi mal formulada na ocasião. Mas não se trata de algo tão simples. O parlamentarismo de 1961, que teve Tancredo Neves como primeiro-ministro, foi uma única alternativa para manter João Goulart como presidente da República. Mas durou pouco.
Velhos tempos
Até nas bases há discussões. Lideranças peemedebistas entendem que o partido, apesar de ser unido em Juiz de Fora, precisa reverberar sua força para o resto do estado. O primeiro passo seria unificar o discurso regional, a fim de apontar para os dirigentes estaduais que é preciso ouvi-los nas decisões, hoje centradas nas mãos do presidente Toninho Andrade e do deputado Adalclever Lopes. Uma eventual saída do deputado Rodrigo Pacheco, presidente da CCJ da Câmara Federal, seria fruto dessa falta de espaço numa eventual disputa pelo Governo estadual.