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Polarização divide família e amigos e se torna um desafio para as empresas

Felipe Nunes Tempus veritati
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Embora sejam municipais, as eleições de outubro serão marcadas pela agenda nacional, resultante da polarização que se tornou uma constante na vida brasileira. Em entrevista à Rádio Transamérica, o cientista político Felipe Nunes – um dos fundadores da Quaest Pesquisa – lembrou que a eleição de 2016 foi a eleição da nova política; a de 2020, da pandemia e a de 2024 será a da polarização. Nas pequenas cidades ainda haverá um debate local, pois as pessoas se conhecem, mas nos médios e grandes centros, não dá mais para analisar política sem essa variável.

Famílias divididas pela polarização

Autor do livro “Biografia do Abismo – como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil” -, em parceria com o jornalista Thomas Traumann, o professor Felipe Nunes destaca que a polarização, hoje, é um dado real que ocorre em boa parcela do mundo democrático. “Desde 2018 estamos vivendo uma polarização afetiva, diferente de outros anos, quando, por exemplo, PSDB e PT se enfrentavam e a discussão era eminentemente partidária.”

Redes sociais induziram a polarização entre bolsonaristas e lulistas

Na avaliação do professor, a situação mudou. Nas chamadas bolhas das redes sociais, as pessoas realmente discordam. Têm visão diferente. Todo mundo só conversa com quem já concorda. Há um certo prazer em discordar, mas há contribuição da própria política. Depois de 2018 passamos a olhar para nosso adversário como inimigo. Alguém que não tolero, que não consigo conviver, que não quero na escola do meu filho ou visitar no Natal.”

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Discussão sobre valores entrou na política

De acordo com Felipe Nunes, se antes se discutiam ações do Governo, especialmente na economia, os políticos trouxeram para a cena a discussão em torno de valores, agravando a discussão. “A divisão saiu da política e entrou no nosso cotidiano. O mundo democrático está vivendo isso, porque à polarização afetiva produz autoritarismo e violência. Estimula dois sentimentos que não são democráticos”. Para o professor, Lula e Bolsonaro continuam e vão continuar pautando a política por muito tempo.

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