Quem viu pelas redes sociais, no fim de semana, as imagens dos governadores dos estados do Sul e do Sudeste no Mercado Central, em Belo Horizonte, degustando a famosa combinação fígado com jiló – tudo regado a uma cerveja gelada – pôde perceber que as duas regiões mais ricas do país, coincidentemente comandadas por governadores de oposição ao Planalto, já articulam a criação de um núcleo com objetivos claros para 2026, embora sem definir a forma. Nas recentes pesquisas, os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais, nessa ordem, são os mais cotados para assumir a liderança da direita num eventual impedimento eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em princípio, o projeto é definir metas conjuntas, como as que estão contidas na carta de intenção assinada ao final do evento: oficializar a criação jurídica do Consórcio Sul e Sudeste (Cosud) e divulgar os compromissos assumidos pelo grupo. Mas os governadores falaram, e muito, sobre a reforma tributária, ora em discussão no Congresso. Dois pontos chamam a atenção: preservação da autonomia dos estados e municípios e criação de fundos de desenvolvimento para reduzir as desigualdades entre as regiões do país.