Encerrada em 7 de outubro, a semana de moda reafirmou a capital francesa como o epicentro criativo onde tradição e vanguarda desfilam lado a lado
Entre os dias 29 de setembro e 7 de outubro, Paris consolidou seu papel como palco principal do mundo fashion. A capital francesa recebeu o mais importante evento do calendário da moda mundial, reunindo maisons consagradas e novos talentos em desfiles de prêt-à-porter feminino para a primavera-verão 2026. Nas primeiras filas, celebridades, influenciadores e ícones da moda reforçaram o espetáculo que vai muito além das passarelas.
Mais de 70 desfiles transformaram a cidade em uma vitrine global das tendências que definirão as próximas estações. Sustentabilidade, inovação têxtil e herança cultural foram temas recorrentes, enquanto novos nomes emergiram com propostas autorais e ousadas.
O retorno das cores vibrantes e dos contrastes marcantes trouxe novo fôlego às passarelas, rompendo com o minimalismo monocromático que predominou nas últimas temporadas. A sensualidade também ganhou novo significado, sem exibicionismo, mas baseada na reinvenção das formas corporais e na fluidez dos volumes.
Na coluna deste domingo, destaco pontos altos que marcaram esta edição da Paris Fashion Week.
Liberdade em movimento
A diretora criativa da Chloé, Chemena Kamali resgatou a essência da fundadora Gaby Aghion com silhuetas refinadas, fluidas e livres, tecidos florais, volumes e drapeados numa coleção que celebrou o luxo despretensioso.
Talento juiz-forano na passarela
A modelo juiz-forana Isadora Ribeiro marcou presença na passarela da Ottolinger, marca fundada pelas ‘designers’ suíças Christa Bösch e Cosima Gadient, com sede em Berlim (Alemanha). A coleção “Girlfriend” explorou o poder transformador da amizade feminina, apresentando vestidos de noiva reimaginados, sedas tingidas à mão, detalhes de neoprene e guingão tingido.
Cores de um novo tempo
Alessandro Michele propôs uma coleção elegante, jovem e romântica para a Valentino, mais contida nos excessos e mais refinada nas formas. Pontos de cor vibrantes, com tecidos ora bordados, ora luminosos, criaram uma atmosfera de otimismo e esperança. Entre os destaques, o brinco dourado escultural despontou como o acessório-chave da temporada.
Trabalho, cuidado e amor
A Miu Miu apostou no avental como símbolo de autonomia e afeto. Na coleção “At Work”, o item surgiu repaginado em versões cargo de sarja com bolsos, com tramas manuais vazadas e multicoloridas, em couro, em jacquard, com babados e renda, exemplificando seus múltiplos usos. O resultado foi uma ode ao trabalho como “reflexo de independência, um meio de autonomia. Trabalho como expressão de esforço. Trabalho como símbolo de cuidado e amor”.
O lar como refúgio criativo
A Louis Vuitton apresentou uma coleção inspirada no lar como santuário, marcada por liberdade e inventividade. Silhuetas amplas, texturas refinadas e drapeados fluidos evocaram o glamour atemporal da Hollywood dos anos 1940. Bordados delicados e estampas jacquard, bolsas reinventadas e uma charmosa seleção de sapatos e acessórios também foram destaque.
Força e sensualidade
A Hermès apresentou um verão de espírito selvagem e livre. Inspirada nas amazonas do delta do Rhône, no Mediterrâneo, a coleção mesclou força e sensualidade em peças de couro, jaquetas matelassadas e lenços de seda reinterpretados. Para o dia, tons de cáqui e verde, e para a noite, paleta azul escura e preta. A elegância marcada por raízes equestres brilhou em uma estética natural, funcional e atemporal.
FICHA TÉCNICA:
LOOKS: Miu Miu/ Ottolinger/Hermès/ Chloé/Valentino/Louis Vuitton
FOTOS: site das marcas/Google/Hermés FilippoFior