Recentemente, uma nova tendência tem dominado as redes sociais: imagens criadas pelo ChatGPT que replicam a estética das animações do Studio Ghibli. Essa combinação entre inteligência artificial e o estilo único dos animes japoneses causou bastante controvérsia.
A principal questão em debate diz respeito aos direitos autorais do estilo visual do estúdio, além do uso dessa estética por figuras públicas, como membros do governo dos Estados Unidos. Também há um intenso debate sobre a relação entre a arte tradicional e as produções geradas por IA, levantando questões sobre a autenticidade e o valor dessas criações.
Studio Ghibli
O Studio Ghibli é amplamente reconhecido como um dos estúdios de animação mais renomados do mundo. Fundado em 1985 por Hayao Miyazaki, Isao Takahata, Toshio Suzuki e Yasuyoshi Tokuma, o estúdio conquistou a fama com suas animações de longa-metragem, caracterizadas por uma qualidade técnica excepcional e temas profundos e emocionantes.
Antes da criação do Ghibli, Miyazaki e Takahata já haviam trabalhado juntos em diversos projetos, mas foi com Nausicaä do Vale do Vento (1984) que eles apresentaram uma nova abordagem para a animação, iniciando uma série de filmes que transformaram a indústria. Com produções marcantes como Meu Amigo Totoro (1988) e O Túmulo dos Vagalumes (1988), o Studio Ghibli solidificou sua posição como um ícone cultural, não apenas no Japão, mas em diversas partes do mundo.
A estratégia inovadora do estúdio, que contava com uma equipe fixa e orçamentos elevados, permitiu a produção de filmes com uma qualidade única. A Viagem de Chihiro (2001), o maior sucesso do Ghibli, fez história ao se tornar a primeira animação japonesa a conquistar o Oscar de Melhor Animação, feito que se repetiu com O Menino e a Garça (2023), consolidando ainda mais a importância do estúdio no cenário global.
Arte e IA
Embora o Studio Ghibli tenha alcançado grande sucesso, a postura de Hayao Miyazaki, um de seus fundadores, em relação à tecnologia e inovação é de resistência. Em um documentário de 2016, Miyazaki declarou que a animação criada por inteligência artificial é um “insulto à vida em si”.
Embora ele não tenha comentado diretamente sobre a recente tendência, fica claro que, para Miyazaki, a animação é uma expressão genuína da criatividade humana, algo que não pode ser substituído por máquinas.