A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) anunciou em novembro de 2024 uma importante atualização em suas diretrizes sobre a suplementação de vitamina D. A nova recomendação estende a suplementação para todas as crianças e adolescentes até os 18 anos, em contraste com a orientação anterior, que previa o uso apenas até o primeiro ano de vida.
A decisão foi embasada por estudos recentes que reforçam a relevância da vitamina D na prevenção de problemas como raquitismo, infecções respiratórias e doenças ósseas. A mudança busca também combater a crescente deficiência dessa vitamina entre jovens, fenômeno impulsionado por fatores como menor exposição solar e dietas inadequadas.
Novas doses de vitamina D recomendadas
As diretrizes atualizadas indicam a ingestão de 600 UI (unidades internacionais) diárias para crianças acima de 1 ano e adolescentes. Para bebês com menos de 12 meses, a dosagem permanece em 400 UI diárias.
Apesar disso, especialistas alertam que a suplementação deve ser sempre supervisionada por um médico, uma vez que o consumo excessivo pode levar a condições graves, como hipercalcemia, caracterizada por níveis elevados de cálcio no sangue, que afetam órgãos como os rins.
Embora a vitamina D seja sintetizada principalmente pela exposição da pele ao sol, hábitos modernos têm limitado essa prática. O tempo excessivo em ambientes fechados, associado ao sedentarismo, é um dos principais vilões.
Além disso, alimentos ricos em vitamina D, como peixes de água fria, fígado e gema de ovo, estão fora da rotina alimentar da maioria das famílias brasileiras.
A necessidade de suplementação também pode variar conforme a cor da pele, a puberdade, a composição corporal e até mesmo a localização geográfica. Regiões com menos incidência solar apresentam maior prevalência de deficiência.
Hábitos que ajudam na saúde
Além da suplementação, adotar medidas simples pode ser eficiente para manter níveis adequados de vitamina D:
- Exposição solar controlada: tomar sol por 15 minutos diariamente, com braços e pernas expostos, entre 10h e 15h, estimula a produção natural da vitamina.
- Alimentação balanceada: incluir alimentos ricos em vitamina D, como sardinha, atum, laticínios e ovos, é fundamental.
A SBP reforça que cada caso deve ser avaliado individualmente por um profissional de saúde. A suplementação adequada, combinada a hábitos saudáveis, é essencial para garantir o bem-estar de crianças e adolescentes.