Um dos casos mais intrigantes da última década envolvendo manifestações religiosas de uma estátua da Virgem Maria, que supostamente chorava sangue, foi finalmente esclarecido por meio de um exame de DNA.
A estátua, na cidade de Trevignano Romano, na Itália, tornou-se o centro de polêmica após análise científica comprovar que o sangue presente na imagem era humano e pertencia à própria dona da escultura.
Virgem Maria que chorava sangue é desvendada após teste de DNA
Desde 2016, a figura da santa atraiu milhares de devotos ao local, movidos pela promessa de um milagre. As lágrimas vermelhas que escorriam do rosto da imagem da Virgem Maria foram interpretadas por muitos como um sinal celestial.
A responsável pela escultura, Gisella Cardia, se apresentava como vidente e dizia receber mensagens divinas. As reuniões mensais conduzidas por ela reuniam fiéis em oração e contribuíram para consolidar um culto em torno da imagem.
Com o tempo, no entanto, surgiram dúvidas quanto à autenticidade do fenômeno. Em 2023, a Igreja Católica iniciou uma apuração interna. A análise laboratorial foi conduzida pela Universidade de Roma Tor Vergata, a pedido do Ministério Público italiano.
O resultado foi categórico: o material analisado continha DNA humano, compatível com o de Cardia, afastando qualquer hipótese sobrenatural.
Revelação sobre estátua da Virgem Maria surpreendeu fiéis
A revelação sobre a estátua da Virgem Maria teve forte impacto entre os seguidores. Muitos se disseram enganados e começaram a cobrar explicações e a devolução de doações feitas ao longo dos anos.
Cardia, que também é alvo de investigação por possível fraude e enriquecimento ilícito, nega ter manipulado a estátua com intenção de enganar.
Sua defesa argumenta que o contato físico frequente com a imagem poderia ter contaminado as amostras, o que, segundo eles, invalida as conclusões do laudo.
Diante da repercussão, o bispo local proibiu qualquer tipo de celebração no espaço onde ocorriam os encontros religiosos, medida posteriormente respaldada pelo Vaticano.
Enquanto isso, o processo judicial segue em andamento, com desdobramentos previstos para os próximos meses.
O caso dividiu a comunidade religiosa. Enquanto parte dos fiéis ainda acredita na legitimidade do fenômeno, outros se afastaram, sentindo-se traídos.
O episódio deixa em aberto o debate sobre fé, fraude e os limites entre crença e realidade.