O vício em jogos de azar é um problema crescente que afeta não apenas o indivíduo, mas todo o núcleo familiar. Recentemente, um episódio trágico ocorrido em Cuiabá trouxe à tona as consequências devastadoras desse comportamento compulsivo.
Uma mulher, identificada pelas iniciais G.A.S.C.S., 32 anos, tirou a própria vida, deixando para trás uma família dilacerada e muitas questões sobre os impactos psicológicos, financeiros e sociais do vício.
Caso de Cuiabá
Na manhã de 24 de maio, policiais militares encontraram a vítima sem vida em sua residência. Segundo relatos dos familiares, G.A.S.C.S. apresentava sinais claros de depressão. Mensagens enviadas ao marido indicavam seu estado de desespero e a decisão fatal de “colocar fim à dor”, ao mesmo tempo que solicitava que ele cuidasse das crianças.
Esse fato trágico evidencia a gravidade do sofrimento mental associado ao vício em jogos e ao desamparo emocional das vítimas.
O vício em jogos de azar
O vício em jogos de azar é classificado como um transtorno comportamental, caracterizado pela busca compulsiva por apostar, mesmo diante de perdas financeiras e consequências negativas.
No caso citado, o marido revelou que a esposa utilizava dinheiro de familiares para alimentar o vício, aprofundando a crise financeira da família, que já enfrentava dificuldades. A instabilidade econômica gerada pelo vício compromete a qualidade de vida e aumenta a tensão entre os membros do núcleo familiar.
Impactos psicológicos e sociais
O vício frequentemente desencadeia ou agrava quadros depressivos. A sensação de culpa, vergonha e perda de controle contribuem para o isolamento social e o sofrimento profundo, como observado no caso da mulher.
Além do sofrimento individual, o vício rompe o equilíbrio da família, gerando conflitos, desconfiança e instabilidade, afetando diretamente o desenvolvimento e o bem-estar dos filhos.
O “Tigrinho” é um dos jogos de azar populares no Brasil, cuja facilidade de acesso e apelo imediato favorecem a adesão e o desenvolvimento do vício. O aumento da oferta desses jogos, incluindo plataformas online, eleva a vulnerabilidade da população, especialmente dos jovens e das pessoas em situação financeira instável.
Falta de apoio e tratamento adequado
A tragédia de Cuiabá ressalta a necessidade urgente de ampliar políticas públicas e serviços de suporte psicológico e social para pessoas que enfrentam o vício em jogos. Muitas vezes, as vítimas não encontram acolhimento, e o estigma impede que busquem ajuda antes que as consequências sejam irreversíveis.
O relato do marido demonstra a importância do suporte familiar e do monitoramento dos sinais de alerta, como mudanças de comportamento e dificuldades financeiras inexplicáveis. Além disso, a comunidade, incluindo escolas, organizações sociais e instituições de saúde, deve estar preparada para identificar e intervir precocemente.
Prevenir essas tragédias passa por oferecer suporte psicológico, educação financeira e promover ambientes familiares e sociais mais saudáveis e acolhedores.