O salário mínimo é muito mais do que uma quantia fixa: ele define o valor básico que milhões de brasileiros recebem todos os meses. É a referência para contratos de trabalho, aposentadorias, pensões e programas sociais. Por isso, qualquer mudança impacta diretamente a vida de quem depende desse rendimento para sobreviver.
Em 2025, o novo valor chamou atenção. Houve aumento, mas será que o poder de compra realmente melhorou?
Reajuste de 2025 garante aumento acima da inflação
Em abril, o governo sancionou o novo salário mínimo: R$ 1.518,00. Isso representa um reajuste de 7,5% em relação ao ano anterior. Embora tenha sido oficializado em abril, o valor é retroativo a janeiro, ou seja, já vale desde o início do ano, com pagamentos corrigidos.
A fórmula usada combina a inflação do ano anterior (medida pelo INPC) com o crescimento do PIB de dois anos antes, limitado a 2,5%. Segundo o governo, esse modelo busca garantir ganho real sem prejudicar a estabilidade da economia.
Apesar do aumento, o trabalhador não vê esse valor todo na conta. Diversos descontos são feitos diretamente no contracheque:
- INSS (de 7,5% a 14%)
- Imposto de Renda (até 27,5%, dependendo da faixa salarial)
- Vale-transporte
- Contribuições sindicais
- Empréstimos consignados, se houver
Na prática, o valor líquido do salário mínimo é bem menor. Por isso, entender cada desconto é fundamental para saber o que realmente está sendo pago.
Salário mínimo ideal ainda está longe da realidade
De acordo com o Dieese, o valor necessário para garantir uma vida digna para uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.900,00 em 2025. Esse cálculo considera gastos com moradia, alimentação, saúde, educação, transporte, vestuário, lazer e previdência.
A diferença mostra o tamanho do desafio: o salário mínimo atual cobre apenas uma fração do custo de vida real. Aumentá-lo abruptamente, porém, pode gerar impactos negativos, como desemprego, aumento da informalidade e pressão sobre as contas públicas.
Alguns estados adotam pisos salariais próprios, mais altos que o nacional. É o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esses valores são ajustados ao custo de vida local e se aplicam principalmente a trabalhadores sem acordo coletivo. Mesmo assim, o piso estadual nunca pode ser menor que o nacional. A medida ajuda a diminuir as diferenças econômicas entre as regiões do país.