Na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) do Brasil conduziu, por videoconferência, a reunião do Conselho Internacional de Governança (IGB) da BRICS Network University (BRICS-NU). O encontro celebrou os 10 anos da rede acadêmica internacional, reunindo representantes de governos e instituições de ensino superior dos países integrantes do grupo.
Além da participação da Assessoria Internacional do MEC, a reunião contou com o envolvimento da Diretoria de Relações Internacionais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Um dos principais marcos do encontro foi a oficialização da entrada de novas universidades na BRICS-NU, ampliando a representatividade acadêmica dos países membros dentro da iniciativa.
Participação do Brasil
No caso brasileiro, a seleção foi coordenada pela Capes e pelo Comitê Coordenador Nacional. Com a nova atualização, o Brasil passou a contar com 20 universidades participantes, número equivalente ao da China, Rússia e Egito. Também integram a rede a África do Sul, Índia, Irã e Emirados Árabes Unidos. A Indonésia e a Etiópia devem ingressar no grupo ainda em 2025.
O Brasil agora tem presença em todos os 11 temas trabalhados pela BRICS-NU, com duas universidades atuando em nove deles e uma em dois. As instituições selecionadas estão distribuídas pelas cinco regiões do país, abrangendo tanto capitais quanto cidades do interior. Um destaque importante é a representatividade feminina: 50% das propostas foram apresentadas por pró-reitoras mulheres.
Durante a reunião, o Brasil propôs — e teve aprovado — o aumento do número máximo de instituições por país, que passou de 20 para 22, permitindo que cada nação possa indicar até duas universidades para cada área temática. A comissão nacional brasileira ainda irá deliberar sobre como preencher as duas vagas adicionais.
Universidade do BRICS
A BRICS-NU foi estabelecida em 2015 com o objetivo de fortalecer a colaboração acadêmica entre instituições dos países membros do bloco, priorizando pesquisas conjuntas, mobilidade estudantil e inovação educacional.
Originalmente organizada em seis áreas temáticas, a rede expandiu-se em 2024 para contemplar 11 temas, incorporando novos setores como Ciências da Saúde, Ciências Naturais, Ciências Sociais e Agricultura Sustentável.
Durante o encontro, foram discutidas propostas para o futuro da rede, incluindo o lançamento de uma revista científica própria, a criação de editais específicos para mobilidade de professores e estudantes, além do desenvolvimento de cursos de mestrado com dupla diplomação.