Dos mesmos criadores de caviar, uma comida exótica e bem cara, vem ai o foie gras, uma das iguarias mais famosas da culinária francesa. Mas você sabe o que esse quitute na verdade esconde por trás de seu sabor sofisticado? Uma realidade de extremo sofrimento animal.
Isso porque o produto é feito a partir do fígado de patos ou gansos, o que acaba resultado em um processo de adoecimento do animal, transformando o órgão em uma versão doente, acometida por esteatose hepática. Essa é uma condição equivalente à cirrose em humanos.
Prato tradicional gera sofrimento animal
É sempre bom lembrar que, para produzir o foie gras, os patos são submetidos a uma prática cruel conhecida como alimentação forçada que funciona da seguinte forma: com um tubo rígido de 30 cm inserido em suas gargantas, os animais recebem, duas vezes ao dia, grandes quantidades de alimento diretamente no estômago.
Essa quantidade é muito superior à sua capacidade natural de alimentação, o que acaba provocando o aumento anormal do fígado desses animais, que chega a crescer até dez vezes o tamanho de um órgão saudável.
O impacto na saúde desses animais é devastador. Isso porque, com o fígado aumentado, os outros órgãos são comprimidos, reduzindo a capacidade respiratória e comprometendo o sistema nervoso central, levando muitos animais à morte antes mesmo do abate.
Desafios enfrentados no Brasil
Embora o foie gras seja uma iguaria francesa, também é produzido em terras brasileiras. E no Brasil a produção segue os mesmos padrões de crueldade observados em países que são produtores tradicionais, como a França e a Espanha. Isso porque a regulamentação é ausente, e o quilo do produto chega a ser vendido por R$ 1.750.
É importante mencionar, também, que diante da crueldade envolvida, vários países proibiram a produção de foie gras, como Reino Unido, Alemanha, Itália e Israel.
Nos Estados Unidos, essa prática é ilegal em estados como Califórnia e na cidade de Nova York. Ainda assim, em muitos desses locais, o consumo do produto ainda é permitido, o que acaba sustentando a demanda por importações e, consequentemente, a continuidade dessa prática cruel em outros países.