A NASA alcançou um marco inédito na exploração espacial ao conseguir enviar e receber uma mensagem codificada por laser a uma distância de 16 milhões de quilômetros.
Esse avanço, que representa aproximadamente 40 vezes a distância da Terra até a Lua, pode transformar as bases da comunicação interplanetária, abrindo caminho para transmissões de dados muito mais rápidas e robustas do que as atuais.
Terra recebe mensagem por laser a 16 milhões de km de distância
O feito foi realizado por meio da missão Psyche, lançada em outubro de 2023 a bordo de um foguete Falcon Heavy da SpaceX.
Em seu interior, a nave transporta o Experimento de Comunicações Ópticas no Espaço Profundo (DSOC), criado para testar a viabilidade de enviar dados a grandes distâncias usando feixes de laser.
Em novembro do mesmo ano, a nave conseguiu transmitir um sinal de laser infravermelho, carregado com informações codificadas, para o telescópio Hale, localizado no Observatório Palomar, na Califórnia.
Essa transmissão exigiu precisão extrema: o equipamento precisava manter a mira em um alvo minúsculo em meio a milhões de quilômetros de espaço em constante movimento.
O sucesso do teste foi registrado no dia 14 de novembro de 2023, quando o transceptor óptico da Psyche conseguiu se alinhar com uma baliza laser terrestre, enviada a partir das instalações da NASA em Table Mountain.
Esse alinhamento foi fundamental para que a nave ajustasse seu feixe e transmitisse o sinal de volta para a Terra, mesmo com o desafio adicional da defasagem de tempo — cerca de 50 segundos — que a luz leva para percorrer a distância entre os dois corpos.
O que a mensagem via laser representa para o futuro?
O impacto dessa conquista vai muito além do simples sucesso técnico. As comunicações ópticas podem superar em até 100 vezes a capacidade dos sistemas de rádio utilizados atualmente em missões espaciais.
Isso significa a possibilidade de transmitir grandes volumes de dados, como vídeos de alta definição e resultados científicos complexos, de planetas distantes para a Terra com muito mais eficiência.
Em missões futuras, como as que pretendem levar astronautas a Marte, essas tecnologias podem ser vitais para a segurança, o monitoramento em tempo real e a transmissão de descobertas científicas.
Além de testar a tecnologia de comunicação, a missão Psyche pretende alcançar um asteroide metálico homônimo, situado entre Marte e Júpiter, em 2029. O estudo do asteroide pode oferecer pistas valiosas sobre a origem dos planetas rochosos, tornando essa missão duplamente histórica.