De acordo com a American Psychological Association (APA), o consumo de entretenimento pode impactar significativamente o estado emocional do público.
Vale mencionar que no caso dos filmes com finais surpreendentes, conhecidos como plot twists, a experiência pode ir além do espanto e provocar reações de estresse e frustração, especialmente quando a reviravolta parece desconectada da narrativa construída até então.
Sendo assim, cresce o debate sobre como e por que certos filmes provocam mais indignação do que admiração ao apostar em reviravoltas drásticas. Clássicos como Clube da Luta e O Sexto Sentido são lembrados por seus finais impactantes e coerentes.
Já outras produções mais recentes não causaram o mesmo efeito, e acabaram decepcionando o público justamente por apostarem em surpresas forçadas ou sem embasamento narrativo.
Quando o plot twist exagera e vira problema
Alguns filmes acabaram sendo criticados exatamente por não entregar reviravoltas críveis. O Vidente (2007), por exemplo, foi duramente apontado por frustrar o público ao mostrar que a sequência final da história era, na verdade, apenas uma visão antecipada do protagonista.
Situação semelhante ocorreu em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), que levou a franquia a um novo território ao inserir elementos alienígenas, o que gerou estranhamento e afastou parte dos fãs.
Outro detalhe importante é que o impacto de um plot twist depende não apenas do fator surpresa, mas de sua plausibilidade dentro da lógica do roteiro. Quando isso não acontece, como em A Vila (2004), que revelou se passar nos dias atuais após sustentar uma ambientação do século XIX, o resultado pode ser desastroso para a experiência do espectador.
O equilíbrio entre criatividade e coerência nos filmes
É importante mencionar que nem toda reviravolta mal recebida decorre de má execução. Em muitos casos, a proposta ousada do roteiro entra em conflito com a expectativa do público.
Planeta dos Macacos (2001), dirigido por Tim Burton, buscou reinventar o clássico com um final inesperado, mas o retorno do protagonista a uma Terra dominada por macacos acabou sendo interpretado como confuso e excessivamente ambicioso.
Dessa forma, especialistas em roteiro apontam que os melhores plot twists são aqueles cuidadosamente planejados, que surpreendem, mas fazem sentido retrospectivamente. Produções como A Origem (2010), Os Suspeitos (1995) e Parasita (2019) são exemplos de como é possível unir surpresa e coesão narrativa, provocando reflexão sem comprometer a lógica da história.
Vale mencionar que, embora finais surpreendentes possam gerar debates e manter o filme em alta por mais tempo, a falta de consistência pode afastar o público e prejudicar o desempenho da obra a longo prazo.